Furnas diz que não teve danos em torres de transmissão

Temporal teria desarmado 3 linhas entre São Paulo e Paraná que afetou fornecimento de energia em 12 Estados

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Por Solange Spigliatti e Leonardo Goy
Atualização:

A empresa Furnas Centrais Elétricas informou em nota nesta quarta-feira, 11, que suas linhas de transmissão que ligam a Usina de Itaipu ao Sistema Interligado Nacional (SIN) não tiveram nenhum dano e que estão operando normalmente. O secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, confirmou que nenhuma torre de transmissão caiu e nenhum equipamento foi danificado, mas que as "condições meteorológicas adversas na região de Itaberá, em São Paulo, acabaram desarmando três linhas de transmissão de Furnas que levam para São Paulo a energia de Itaipu".

 

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A nota de Furnas diz que "não foi identificado qualquer dano nos seus circuitos e torres de transmissão" e que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) está apurando as causas do blecaute. Apesar de evitar comentar sobre qual incidente meteorológico poderia ter causado o distúrbio, Zimmermann disse que até ventos fortes, em alguns casos, podem desligar o circuito. Foram afetadas duas linhas entre os municípios de Ivaiporã (Paraná) e Itaberá (São Paulo) e uma terceira entre Itaberá e Tijuco Petro (em São Paulo).

 

Ao todo, 12 Estados foram atingidos pelo blecaute. A situação mais grave, com o apagão total, foi em São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Minas Gerais, Goiás, Acre e Rondônia o problema foi parcial.

 

Pelo Twitter, Itaipu já havia informado que os indícios apontavam para problemas de transmissão entre Paraná e São Paulo como causa do apagão. A hidrelétrica não registrou nenhum tipo de pane em suas instalações e disse que a atribuição de Itaipu é apenas gerar energia. A transmissão é responsabilidade de Furnas, que dispõe de subestação em Foz do Iguaçu, perto da usina.

 

Sistema

 

Zimmermann também defendeu a qualidade da operação do sistema elétrico brasileiro. "O sistema brasileiro é de ponta", disse ele, acrescentando que o Brasil vem investindo, nos últimos anos, no seu sistema de transmissão e na interligação elétrica do País. "O que tivemos não foi um problema de falta de energia, mas um problema elétrico", afirmou.

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Zimmermann disse que não há como comparar o apagão de ontem com o racionamento de energia 2001/2002. "Em 2001 faltaram investimentos em transmissão e em geração", disse. Ele também afirmou que o tempo de restabelecimento do sistema foi relativamente curto - cerca de 4 horas. Ele lembrou que recentemente um apagão nos Estados Unidos levou quase dois dias para ser solucionado.

 

Zimmermann reiterou que nesta quarta, às 17 horas, haverá uma reunião extraordinária do Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE) para diagnosticar com precisão a causa do apagão e evitar futuras ocorrências semelhantes.

 

Atualizado às 11h55 para acréscimo de informações.

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