Galo da Madrugada contou com mais de 1 milhão de pessoas

De calça amarela e camisa de manga curta rosa choque, o baiano Caetano Veloso participou da festa

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O frevo, a alegria, e irreverência e a torcida pelo hexacampeonato brasileiro na Copa do Mundo, tomaram conta do Recife desde o início da manhã da última sexta-feira, embalado pelo Clube de Máscaras Galo da Madrugada. No seu 29º desfile, a agremiação fez jus ao título de maior bloco carnavalesco do mundo desde l994 de acordo com o Guiness Book. O Galo saiu do Forte das Cinco Pontas, no bairro de São José com queima de fogos, três carros alegóricos e 25 trios elétricos que prometiam só tocar frevo, até o final da tarde, no percurso de cinco quilômetros. O presidente da agremiação, Enéas Freire, 84 anos, estimou que mais de um milhão de pessoas brincaram no Galo. Freire antecipou que pela primeira vez na história do Clube de Máscaras, o Galo poderá ir às ruas do Recife em junho, caso o Brasil conquiste sua sexta Copa do Mundo. O tema do desfile, Rumo ao Hexa, fez o verde e amarelo predominar nas fantasias e nas decorações de rua, mas o amor do brasileiro pelo futebol não impediu as sátiras políticas. Fantasiado de lavadeira, um folião levava na cabeça uma trouxa de roupa suja enrolada na bandeira do Brasil em referência ao mensalão e denúncias de corrupção no governo Lula. Um grupo não dispensou mala preta, cuecão e fantasia do presidente com placa do Caixa 2. O governador de Pernambuco, Jarbas Vasconcelos (PMDB) e o prefeito do Recife, João Paulo (PP), brincaram, animando os camarotes do governo e prefeitura montados na Avenida Guararapes, no centro da cidade. Antes do Galo chegar a esse local - onde ocorre a apoteose do desfile - as ruas já estavam tomadas de foliões que dançavam ao som de uma orquestra de frevo instalada em um palco. Caetano De calça amarela e camisa de manga curta rosa choque, o baiano Caetano Veloso fez sua estréia no carnaval do Recife realizando, segundo ele, um sonho acalentado desde a infância. Acessível, simpático, ele está hospedado na casa do cientista político Antonio Lazareda (marqueteiro do governo Jarbas Vasconcelos) e pretende ficar até a quarta feira. "Quero ver o máximo que puder, principalmente o Maracatu" afirmou ele em torno do 12h30, debruçado no camarote do governo do estado, no centro da cidade, aguardando a passagem do Galo da Madrugada. Pelo pouco que havia visto, ele acentuou as semelhanças do carnaval pernambucano com o carnaval baiano. Lembrou que o carnaval da Bahia teve grande influência do frevo de Pernambuco. O Axé, segundo ele, nasceu do frevo levado ao trio elétrico por Moraes Moreira e por ele próprio. " Moraes Moreira é o pai e eu sou o avô do Axé", afirmou. Caetano gostou de ver o povo pulando, assim como na Bahia. " A primeira vez que foi ao Rio de Janeiro, me impressionei porque ninguém pulava" observou ao comentar que antes ninguém brincava o carnaval, se pulava carnaval. Caetano disse que sempre adiava a vinda na época do carnaval, por compromissos e pela dificuldade de deixar Salvador nesse período.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.