PUBLICIDADE

Gangan é enterrado sob aplausos e promessas de revide

Por Agencia Estado
Atualização:

O corpo do traficante Irapuan Davi Lopes, o Gangan, foi enterrado nesta quinta no cemitério Jardim da Saudade, na zona oeste do Rio. Ele foi morto num suposto confronto, segundo o chefe da Polícia Civil Álvaro Lins, que comandou a ação, no Morro de São Carlos (região central), na madrugada de quarta-feira. As provas técnicas que poderiam corroborar essa versão - perícia do local e o exame de pólvora nas mãos do traficante, no entanto, não foram produzidas porque não foram solicitadas pelo delegado da área, Ricardo Teixeira, da 6ª Delegacia de Polícia. O exame de local não foi pedido, segundo Teixeira, porque há várias testemunhas que prestaram depoimento informando que o traficante reagiu - a maioria delas são policiais que participaram da ação. O enterro do traficante foi acompanhado por cerca de 250 pessoas, sob um forte esquema de segurança. Nove carros de polícia escoltaram o corpo do IML até o cemitério. Quando o corpo chegou, moradores de favelas dominadas pelo criminosos cercaram os jornalistas. "Foi covardia", disse um deles, "Daqui a pouco a gente dá uns tapas aí", disse outro. Durante o enterro, bateram palmas e cantaram: "An, an, an, o Zinco (favela na região central disputada por quadrilhas rivais) é do Gangan" e "Ê, ê, ê, a bala vai comer". O secretário interino de Segurança Pública do Rio, Marcelo Itagiba, disse não ter dúvidas de que Gangan foi morto durante um confronto: "Não tenho a menor dúvida de que houve reação porque essa é a informação que me foi repassada pelo chefe de polícia, não há como se colocar em dúvida uma operação lícita praticada por policiais que cumpriram com o seu dever", disse ele, descartando a abertura de uma sindicância para apurar as circunstâncias da morte do traficante.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.