Garcia alerta para "risco Alckmin" e retomada de privatizações

Outra acusação do novo presidente do PT é que o tucano adotaria uma política de salário mínimo que não estaria num padrão adequado

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Por Agencia Estado
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O coordenador de campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e novo presidente do PT, ainda em caráter interino, Marco Aurélio Garcia, partiu nesta sexta-feira à noite, para o ataque ao candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, acusando a existência do "risco Alckmin" na disputa eleitoral deste ano. De acordo com Garcia, a vitória do tucano na eleição presidencial resultaria na "retomada do processo de privatizações", com as vendas "da Petrobras, do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal". Segundo Marco Aurélio Garcia, um governo tucano resultaria ainda na demissão de funcionários públicos e na redução de gastos com políticas sociais, "a pretexto de restabelecer a austeridade dos gastos públicos, que nem precisa ser restabelecida porque está estabelecida". Outra acusação do petista é que o tucano adotaria uma política de salário mínimo que não estaria num padrão adequado e, nesse conjunto de ações, o País ingressaria num processo de recessão da economia. "Portanto, o desenvolvimentismo que alguns deles alardeiam tem uma contradição brutal com o projeto mais geral, que é a reedição da agenda perdida neoliberal", declarou. Garcia negou que sua manifestação era carregada de "terrorismo político", da mesma forma com que o PT acusou o PSDB de exercer na campanha presidencial de 2002. "Não estamos fazendo terrorismo coisa nenhuma. Estamos nos baseando nos textos dos formuladores dos programas tucanos, do (ex-ministro) Luiz Carlos Mendonça de Barros e do PFL", argumentou. Tais posições serão apresentadas por Lula, segundo o coordenador da campanha, ao debate entre os candidatos no próximo domingo, na Rede Bandeirantes. Da mesma forma, Garcia afirmou que não espera que o afastamento de Berzoini da presidência do PT seja um dos temas centrais do debate, uma vez que o País quer saber de "questões centrais do futuro do Brasil". Nesta mesma linha, a saída dos petistas envolvidos na compra do dossiê Vedoin não teria outro tema central, já que a própria nota do PT informa que eles foram "politicamente expulsos do PT", embora ainda tenham direito, com base no estatuto da legenda, de apresentar defesa na comissão de ética da legenda. O coordenador da campanha também não quer relacionar o escândalo do dossiê aos problemas políticos enfrentados no ano passado com o escândalo do mensalão, o qual Garcia reafirmou se tratar de problemas de financiamento de campanha. Segundo ele, o episódio do dossiê "reabriu cicatrizes", mas a sociedade não está interessada em tratar sobre este tema. "Os problemas internos do PT não interessam à população. Pode interessar à imprensa para esquentar o noticiário, mas o País está interessado nas questões nacionais, não nos assuntos do PT", insistiu.

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