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Garotinho acusa prefeituras pelas mortes no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Rio, Anthony Garotinho (PSB), acusou hoje as prefeituras pelas mortes provocadas pelas chuvas que atingem o Estado desde domingo. Segundo ele, todas as vítimas fatais estavam em áreas de risco, onde ocorreram deslizamentos de terra. "É preciso que as prefeituras coíbam as construções irregulares. Isso (a tragédia) teria sido evitado, se esse trabalho de fiscalização tivesse sido feito", disse. "Tudo bem que um barraquinho possa passar pela fiscalização, mas há casas de três andares em área de risco. Assim fica difícil." Garotinho disse que, em 28 de novembro, a Defesa Civil estadual enviou aos 92 municípios do Estado um ofício alertando para as chuvas que poderiam cair no Rio e que o órgão estava a partir daquele momento à disposição dos prefeitos. "Nós orientamos, mas ninguém fez nada." O governador criticou, em especial, os prefeitos José Camilo Zito dos Santos Filho, de Duque de Caxias (Baixa Fluminense), e César Maia, do Rio, que culparam o Estado pelo caos provocado pelas chuvas. "Essas pessoas deveriam ter mais maturidade e respeito pelo sofrimento alheio e cumprir o seu papel. Eu, no dia de Natal, deixei a minha família e meus filhos e fui me somar no comando das operações, porque é o meu dever. Espero que essas pessoas façam o mesmo, e não fiquem mais com esse jogo de empurra", afirmou o governador. Culpas - De manhã, Zito havia culpado Garotinho pelos transtornos provocados pelas chuvas, que, segundo o prefeito, não teria investido em obras de drenagem e, com isso, os rios da Baixada transbordaram e alagaram as ruas de Caxias. O governador respondeu dizendo que investiu R$ 250 milhões em obras de drenagem em todo o Estado e lembrou que, em Caxias, o bairro de Imbariê foi um dos beneficiados. O bairro, porém, ficou submerso. "Nós fizemos as obras de drenagem, mas o índice pluviométrico registrado foi muito alto. Não tinha como não encher", tentou explicar. Neste caso, Garotinho culpou mais uma vez a prefeitura de Caxias. Ele disse que a região mais atingida foi a de Vila Anhangá, conhecida por Imbariê 2. Segundo ele, trata-se de um loteamento irregular, cuja fiscalização deveria ter sido feita por Zito. No seu rol de culpados, o governador também incluiu ainda Concer, a concessionária que administra a BR-040 (Rio-Juiz de Fora). De acordo com Garotinho, ao fazer obras de alargamento da rodovia Washington Luiz, na altura de Caxias, a concessionária não fez as obras de drenagem nos rios cortados pela estrada, o que teria represado a água e provocado enchentes em bairros próximos dali. Recursos - Garotinho anunciou que irá liberar R$ 15 milhões para a construção de mil casas populares em Petrópólis, cujo o prefeito é do seu partido, o PSB. Quanto aos outros municípios atingidos, ele disse esperar um relatório de cada prefeitura para saber quanto deverá liberar de recursos. O governador voltou a cobrar os R$ 7,2 milhões do governo federal, que deveriam ter sido liberados para reparos provocados pelas chuvas registradas no início de 2000. "O ministro Ney Sussuana (Integração Nacional) disse que é outro ministro e que dessa vez sai. Então, que o dinheiro saia. Eu não vou cobrar nem os atrasados, até porque o Estado já bancou as obras. Espero que eles cumpram, só isso", ironizou.

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