Garotinho defende ação da polícia em tiroteio no RJ

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Por Agencia Estado
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O secretário de Segurança Pública, Anthony Garotinho, afirmou hoje que os 11 mortos nas favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas, em dois dias de tiroteios, "eram criminosos que já mataram muitas pessoas, violentaram meninas, roubaram carros matando pessoas inocentes e venderam drogas em porta de escolas". "Cada um escolhe seu caminho. Esses 11 marginais escolheram o seu caminho", disse Garotinho. Um dos argumentos do secretário foi que, no enterro, havia coroa de flores com inscrições como: "Por Deus, pela família e pelo Comando Vermelho", em referência à facção criminosa que domina a favela de Vigário Geral. Garotinho iniciou seu programa semanal na Rádio Carioca falando sobre o episódio. Antes, no programa de sua mulher, a governadora Rosinha Garotinho, na Rádio Tupi, já havia reclamado de comparações com as mortes desta semana com a chacina de Vigário Geral, ocorrida há 10 anos, quando 21 moradores foram assassinados. "Aquilo foi uma covardia, um crime bárbaro", afirmou ele. Em outro momento do programa, Garotinho disse que "tudo indica" que os mortos eram todos bandidos. Citou a mãe de um deles, que, segundo o secretário, contou ter avisado para o filho deixar o crime, mas não foi atendida. "O que essas pessoas poderiam fazer, se não tivessem sido mortas?", questionou o secretário. Ele disse que a morte de qualquer pessoa o entristece, mas que também não se conforma com os policiais mortos em conflitos com os bandidos. O secretário confirmou que quatro mortos foram atingidos por policiais durante tiroteio. Os outros sete morreram em confronto com grupos rivais. Racha Garotinho anunciou que a Polícia Militar vai começar uma série de ações para identificar as áreas onde os rachas são freqüentes e intensificar o policiamento. Na madrugada de sexta-feira, o estudante Gustavo Damasceno, de 26 anos, morreu depois que seu Uno bateu em dois carros que faziam um racha na Avenida Vieira Souto, em Ipanema. Garotinho repetiu as críticas da véspera à decisão do governo federal de proibir venda de armas de brinquedo e transferir para o debate referente a armas de verdade para 2005, quando haverá um plebiscito sobre o assunto. "É uma vergonha", afirmou. No programa, o secretário de Administração Penitenciária, Astério Pereira dos Santos, assegurou que já está em pleno funcionamento o sistema de bloqueio de celulares nos presídios de Bangu 1, 2, 3 e 4, inclusive para telefones Nextel, mais usados por criminosos presos.

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