Gaudenzi pode deixar Infraero se governo privatizar aeroportos

Presidente da estatal que administra aeroportos é contra a privatização e defende a abertura do capital

PUBLICIDADE

Por Isabel Sobral
Atualização:

O presidente da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero), Sérgio Gaudenzi, avisou na semana passada o ministro da Defesa, Nelson Jobim, que pode deixar o cargo, caso o governo federal opte pela privatização de aeroportos, hoje administrados pela estatal. De acordo com relato de uma fonte do governo, Gaudenzi deixou claro ser contra o repasse de aeroportos à iniciativa privada como saída para melhorar a infra-estrutura aeroportuária do País. Veja também:Edital para ampliação de Cumbica deve sair até 15 de dezembro   "Se o caminho for a privatização, não sou a pessoa adequada para estar à frente da estatal", afirmou Gaudenzi ao ministro, segundo o relato. Há uma ala do governo, da qual faria parte Gaudenzi, que prefere abrir o capital da Infraero, até um limite mínimo que mantenha o controle estatal, para que a empresa seja capitalizada e possa ampliar os investimentos. Outra ala, integrada pela ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, e parte do Ministério da Fazenda, defende a concessão de aeroportos à iniciativa privada. Os aeroportos do Galeão, no Rio de Janeiro, e Viracopos, em Campinas (SP), já tiveram o sinal verde do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para passarem ao setor privado. O assunto, no entanto, ainda depende da conclusão dos estudos jurídicos e do modelo de concessão que estão sendo conduzidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.