General pede apoio de empresários para o plano contra violência

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Por Agencia Estado
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O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Alberto Cardoso, apresentou hoje para cerca de 60 empresários associados à Câmara Americana de Comércio (AmCham-SP) o programa "O Brasil Diz Não à Violência". O programa é uma das 124 ações do Plano Nacional de Segurança Pública (PNSP), lançado há mais de um ano, e visa a integrar o trabalho social desenvolvido pelos governos federal, estaduais e municipais, com a ação de organizações não-governamentais (ongs) e da iniciativa privada. O objetivo, segundo Cardoso, é atuar de forma preventiva no combate à criminalidade e violência. Ao contrário da ação repressiva, no local do crime, o foco do programa é mapear o local onde vivem as pessoas que praticam o crime, os vários bolsões de pobreza nas regiões metropolitanas. "Nosso público-alvo é a faixa etária entre 9 e 24 anos, nas suas comunidades: família, escola, local de trabalho, instituições religiosas", disse Cardoso. "Queremos evitar os desvios primários que levam aos caminhos da violência, trabalhando com a criança e com o adolescente", completou. Na primeira fase de implantação do programa foram selecionadas quatro cidades e suas regiões metropolitanas: São Paulo (total de 39 municípios), Recife (14), Vitória (6) e Rio (20). No total, o campo de atuação é uma comunidade de 34 milhões de pessoas em 79 cidades. Os recursos para o programa "O Brasil Diz Não a Violência" são do orçamento do Avança Brasil (do governo federal) e não sofrerão contingenciamento, disse Cardoso. A estimativa de investimento no programa, neste ano, para as quatro regiões metropolitanas, é de R$ 3,4 bilhões. Como o programa prevê o trabalho conjunto de vários ministérios, a liberação da verba para cada projeto vai ocorrendo de acordo com o fechamento dos projetos. A ong "Instituto Sou da Paz" é um dos parceiros é tem programas nas áreas da educação e da saúde. A Fundação Instituto de Administração da USP (FIA-USP) acompanhará o desenvolvimento do programa e no final do ano deve apresentar uma avaliação qualitativa e quantitativa do trabalho porque como a execução de programas preventivos é uma ação nova no País, ainda não há dados estatíscos sobre ela. Segundo a assessoria da AmCham, as principais dúvidas dos empresários que participaram da palestra estavam relacionadas à política de repressão do governo federal. O grupo questionou o desaparelhamento da polícia e os baixos salários. Os jornalistas não participaram da palestra, mas na entrevista, Cardoso negou que o governo federal tenha sido pressionado a investir na melhora da segurança pública e disse que "discorda da tese" de que a violência inibe a expansão de investimentos.

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