Agentes retomam controle da penitenciária de Alcaçuz
Foram encontrados um revólver e armas brancas durante a intervenção; veículos com materiais de construção para a reforma da penitenciária também foram enviados ao local
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Por Rafael Barbosa
Atualização:
NATAL - Foram as bandeiras do Brasil e do Rio Grande do Norte que indicaram, nesta sexta-feira, 27, a retomada pelo governo da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal, após 14 dias de rebelião. Elas foram hasteadas no teto dos pavilhões em substituição aos lençóis brancos com inscrições das duas facções rivais que duelavam na unidade e até então denunciavam o motim.
A operação batizada de Phoenix contou com a atuação de 78 homens da força-tarefa de intervenção penitenciária, do Ministério da Justiça, vindos do Rio, do Ceará, de São Paulo e do Distrito Federal. Agentes do Grupo de Operações Especiais (GOE) potiguares integraram a ação, que terminou com a apreensão de uma arma de fogo, dezenas de armas brancas e 30 celulares.
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De acordo com as informações repassadas pelo governo do Estado, 120 detentos que portavam material ilícito nesta sexta foram encaminhados para autuação na delegacia móvel, instalada pela Polícia Civil na unidade. A Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejuc) trabalha para identificar possíveis lideranças entre os apenados.
A atuação dos agentes foi focada nos pavilhões 4 e 5, que concentraram as brigas durante as duas semanas de rebelião. A briga teria começado no sábado retrasado, quando membros do Primeiro Comando da Capital (PCC) deixaram o pavilhão 5 para assassinar rivais na estrutura vizinha; 26 morreram naquele dia.
Ao redor da unidade, já eram visíveis o depósito de materiais de construção, como vigas, para a construção de uma cerca do lado externo, além de outros reparos previstos pela administração estadual. No interior da unidade, já está em andamento a construção do muro que vai separar os pavilhões 1, 2 e 3 das unidades 4 e 5, que deve ficar pronto em até 20 dias.
Detentos fazem batalha campal na Penitenciária de Alcaçuz, no RN
1 / 13Detentos fazem batalha campal na Penitenciária de Alcaçuz, no RN
Guerra entre facções em Nísia Floresta
Detentos usaram plástico, madeira e outros objetos paramontar barricadas e atacar presos de facções rivais Foto: Andressa Anholete/AFP
Guerra entre facções em Nísia Floresta
Os detentos usaram vários objetos e improvisaram lanças e armas Foto: Josemar Gonçalves/Reuters
Guerra entre facções em Nísia Floresta
Do lado de fora da penitenciária, policiaisfizeram disparos com balas de borracha e lançaram bombas de efeito moralpara tentar impedir a aproximação d... Foto: Andressa Anholete/AFPMais
Guerra entre facções em Nísia Floresta
Policiais militares reagiram e fizeram disparos com armas não letais para tentar conter o confronto entre os presos Foto: Marco Antônio Carvalho/Estadão
Briga entre facções em Nísia Floresta
As primeiras informações indicam que presos do Primeiro Comando da Capitalavançam sobre detentos do Sindicato do Crime RN Foto: Andressa Anholete/AFP
Guerra entre facções em Nísia Floresta
PM atirou várias bombas de efeito moral para tentar conter o confronto Foto: Josemar Gonçalves/Reuters
Guerra entre facções em Nísia Floresta
Uma grande quantidade de tiros pôde ser ouvida na Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal Foto: Andressa Anholete/AFP
Guerra entre facções em Nísia Floresta
Alguns dos detentos colocaram camisetas na cabeça para esconder o rosto Foto: Josemar Gonçalves/Reuters
Guerra entre facções em Nísia Floresta
Desde o massacre, a Penitenciária Estadual de Alcaçuz está tomada pelos detentos, que caminham livremente no pátio - as celas foram destruídas Foto: Josemar Gonçalves/Reuters
Guerra entre facções em Nísia Floresta
A Penitenciária Estadual de Alcaçuz é a maior do Rio Grande do Norte Foto: Josemar Gonçalves/Reuters
Guerra entre facções em Nísia Floresta
Detentos hastearam bandeiras durante a batalha campal na Penitenciária de Alcaçuz Foto: Marco Antônio Carvalho/Estadão
Guerra entre facções em Nísia Floresta
Na tentativa de evitar fugas, a Força Nacional realiza rondas em volta de Alcaçuz Foto: Andressa Anholete/AFP
Guerra entre facções em Nísia Floresta
Este confronto aconteceu seis dias após o fim do massacre na penitenciária que terminou com 26 mortos Foto: Josemar Gonçalves/Reuters
O governo havia confirmado que durante o período do motim 56 detentos escaparam da unidade; outros 20 têm situação considerada indefinida, já que podem ter fugido ou deixado o presídio por meio de progressão de regime, sem que a administração tenha feito esse controle. Quatro foram recapturados.
Tensão. A maior penitenciária do Estado, que abrigava 1,1 mil detentos, viveu, desde o dia 14 de janeiro, momentos de tensão. Depois do motim, presos de diferentes pavilhões voltaram a brigar e o governo havia confirmado a ocorrência de novas mortes, apesar de não ter estimado a quantidade de vítimas. Feridos foram atendidos por serviços de urgência.
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Batalhões de operações especiais da Polícia Militar chegaram a entrar no local, mas não permaneceram, devolvendo o controle aos detentos, que insistiam em trocar ameaças e subir no teto dos pavilhões. A situação só foi controlada com a chegada do auxílio federal.
Veja imagens do interior do presídio de Alcaçuz
1 / 14Veja imagens do interior do presídio de Alcaçuz
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Corredor da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, em Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Uma das celas da Penitenciária Estadual de Alcaçuz Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Mais detalhes da cela Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
A Penitenciária Estadual de Alcaçuz é a maior do Rio Grande do Norte Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Área externa do presídio Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Alcaçuz se localiza na cidade de Nísia Floresta, na região metropolitana de Natal, a cerca de 25 quilômetros da capital potiguar Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Corredor de celas da penitenciária Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Sala de aula do presídio Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Cozinha onde os funcionários do presídio preparam refeições para os detentos Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Preparo de refeição para os detentos Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Sanitário de uma das celas Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Grades que separam ala do presídio Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
Área reservada apenas a funcionários da cadeia Foto: Divulgação
Penitenciária de Alcaçuz (RN)
O massacre de 14 de janeiro de 2017 foi a maior matança registrada na Penitenciária Estadual de Alcaçuz Foto: Divulgação