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Goiás investiga outras duas mortes por escova gradativa

Notícia é divulgada após morte de dona-de-casa por tratamento à base de formol

Por Agencia Estado
Atualização:

Um dia após a morte da dona-de-casa Maria Eni da Silva, 33 anos, a Secretaria de Vigilância Sanitária de Goiás revelou nesta quinta-feira que investiga outros dois casos de mulheres que sofreram danos após tratamento dos cabelos com alisantes, à base de formol, em Goiás. Um dos casos ocorreu há 15 dias em Formosa (GO) - a 94 quilômetros de Brasília (DF). Uma mulher, cujo nome não pode ser divulgado pela Vigilância Sanitária, foi internada no Hospital Municipal (HMF) da cidade e os produtos apreendidos no salão de cabeleireiro eram de procedência clandestina: "Não há registro deles na Anvisa, e o endereço indicado nas embalagens embora existam não são a sede de nenhuma fábrica de cosméticos ou de produtos farmacêuticos", disse João Morais, gerente de fiscalização da Secretaria, em Goiânia. O segundo caso sob investigação ocorreu em Goiânia. Nos dois casos, as mulheres sofreram uma forte reação alérgica, foram tratadas e tomaram medicamentos e receberam alta hospitalar. Já a morte da dona-de-casa, Maria Eni da Silva, em Porangatu (GO) provocou uma onda de questionamentos sobre os processos e produtos empregados em alisamentos de cabelos. "Antes da notícia, era comum fazer até 12 escovas (gradativa) em média a cada dois dias; entre ontem e hoje nenhuma foi feita", disse Dora Miranda, dona de um salão no setor Criméia Norte, que cobra R$ 180,00 pela aplicação. "Agora, as clientes querem saber quais são os riscos e nada de aplicação", afirmou Eliane Souza, de um salão no Centro da Cidade. Situação semelhante foi constatada no Jardim América e mais oito bairros da Grande Goiânia. Além da questão econômica, a delegada Cinthia Christyane Alves Costa disse nesta quinta-feira que as investigações sobre a morte da dona-de-casa Maria Eni da Silva, que pagou entre R$ 120 e R$150 pela aplicação do alisamento nos cabelos, poderão tomar novos rumos, nos próximos dias. Baseada na tomada de depoimentos dos parentes da dona-de-casa, disse que vai aguardar laudos técnicos: "O irmão (Valdivino Silva) disse que a Eni poderia ser alérgica e que a cabeça dela, após a morte, estava fofa", relatou a delegada. A Polícia Técnica exumou nesta quinta o corpo - enterrado na véspera - para retirar amostras do couro cabeludo.

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