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Gol sugere a Jobim voar Varig

Para Constantino, empresa tem mais espaço para passageiros altos, como ministro, de 1,90 m

Por Beth Moreira e Sergio Gobetti
Atualização:

Questionado sobre a exigência do ministro da Defesa, Nelson Jobim, de que as empresas aumentem o espaço entre as poltronas dos aviões, o presidente da Gol, Constantino de Oliveira Júnior, sugeriu ontem a ele que voe pela Varig - comprada pela Gol. Constantino afirmou que a mudança da malha da empresa, com a transferência ou cancelamento de vôos, pode levar a aumento das tarifas para operações no Aeroporto de Congonhas. "Soube disso (da questão das poltronas) pela imprensa e ainda não há nada oficial. Mas a Varig já oferece isso, tem mais espaço, menos escalas. É ideal para passageiros premium como o Jobim", disse Constantino. O ministro, de 1,90 metro e 110 quilos, afirmou anteontem no Senado que se sente desconfortável durante os vôos. Se Jobim seguir o conselho, perderá muito mais tempo no trajeto entre Brasília e Porto Alegre, onde vive sua família. O vôo mais rápido da Varig leva 3h45, se a escala em Congonhas não atrasar. Em alguns casos, como o do vôo que sai ao meio-dia de Brasília, a viagem dura sete horas. Pela Gol e pela TAM, o trecho pode ser feito em vôos diretos, diariamente, com até 2h20 de duração. Outro exemplo: o morador de Brasília que quiser passar o fim de semana em Copacabana, no Rio, gastará pelo menos 3h15. Embora teoricamente mais confortáveis, segundo Constantino, os aviões da Varig operam com várias escalas. Só ontem, a empresa suspendeu vôos que partem de Cumbica e do Galeão para Buenos Aires, por problemas operacionais. Em relação às mudanças em Congonhas, Constantino afirmou que a produtividade será reduzida. "Isso pode ser repassado para as tarifas." Em teleconferência com analistas do setor, o executivo ressaltou que os vôos de Cumbica terão tarifas menores. "Teremos uma diferença de preços entre Congonhas, que é central, e Guarulhos, mas a média de preços não deverá mudar." Constantino disse, ainda, que a Gol está trabalhando na redefinição da malha, que deverá estar pronta em 60 dias. Questionado sobre a criação de novos hubs (pontos de conexão), explicou que a nova malha vai respeitar a demanda. "Não adianta transferir vôos para destinos onde os passageiros não têm intenção de voar", disse. Para ele, Galeão, Brasília e Confins (Belo Horizonte) são hubs naturais. ALTA EM JULHO Os preços das passagens subiram 11,15% em julho, na alta mais intensa para o mês em sete anos, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Apesar do salto, os preços ainda acumulam queda de 10,61% no primeiro semestre. Para o economista da FGV André Braz, julho é um período tradicional de alta nas passagens, mas as empresas podem ter aproveitado as férias para recuperar margens de lucro. Nos últimos 18 meses, o preço das passagens caiu 34%. Apesar da crise na aviação, o mercado da aviação cresceu 9,3% em julho, na comparação com o mesmo mês de 2006.

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