Governador do Rio institui estado de calamidade pública

Sérgio Cabral Filho quer facilitar o apoio às populações atingidas pelas fortes chuvas que caem em alguns municípios do Estado desde o último dia de 2006

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador do Rio, Sérgio Cabral Filho (PMDB), assinará, a partir de domingo, os primeiros decretos instituindo estado de calamidade pública nos municípios que foram atingidos pelas fortes chuvas que caem no Estado desde o último dia de 2006. Ele explicou que aguarda apenas a solicitação dos prefeitos de cada município para tomar as medidas, que facilitam o apoio às populações atingidas, incluindo compras sem licitação. As tempestades deixaram pelo menos 26 mortos, 2.044 desabrigados e 12.181 desalojados no Estado, segundo informações do Corpo de Bombeiros. Os casos mais críticos foram na Região Serrana, principalmente no município de Nova Friburgo. Em alguns trechos, o rio Paraíba do Sul transbordou. "Vamos contar com a ajuda do governo federal, que terá recursos para mandar para os municípios", disse o governador na manhã de sexta-feira, durante visita ao Instituto Nacional de Traumato-Ortopedia (Into). Em Nova Friburgo, está marcada para este sábado uma reunião na prefeitura entre o governador, o ministro da Integração Nacional, Pedro Brito, o secretário nacional de Defesa Civil, Jorge Pimentel, e doze prefeitos dos municípios mais atingidos da região. Eles vão discutir soluções para amenizar os transtornos causados pelas chuvas. O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Pedro Marcos, e o vice-governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, sobrevoaram de helicóptero pela manhã a cidade, para inspecionar as áreas atingidas. Vítimas O corpo de Sebastião Nilson Lima, de 56 anos, foi encontrado na sexta-feira à noite, soterrado por escombros. Sua casa, no bairro Chácara do Paraíso, desabou por causa de uma queda de barranco. Na sexta, o diretor dos Cemitérios Municipais de Nova Friburgo, Gerson Pinheiro, improvisou seis gavetas no cemitério São João Batista para enterrar seis vítimas das chuvas. Não havia acesso a outros cemitérios da região, por causa dos deslizamentos que causaram a interdição de várias ruas. Apenas o corpo da doméstica Vilma da Rocha Grandini, de 62 anos, foi sepultada pela manhã em outro cemitério, no município vizinho de Bom Jardim. Ela morreu depois que um barranco atingiu sua casa. Segundo vizinhos, alertada sobre o risco de desmoronamento, ela saiu, mas voltou para casa, para telefonar para um parente, quanto ocorreu a queda. O casal Adilson Antônio Martins Ferreira, de 46 anos, e Lindamar de Souza, de 47, foi enterrado no cemitério São João Batista de manhã. Devido à interrupção da estrada São Geraldo, também por queda de barreira, eles saltaram do ônibus em que viajavam e poucos metros depois foram atingidos por um deslizamento de terra. Outras três pessoas morreram no local. "Sempre faziam juntos aquele trajeto, se amavam tanto que morreram lado a lado", disse Adenilson, irmão de Adilson. O casal deixou dois filhos: Leonardo, de 18 anos e Bruno, de 20, além de Fábio, de 29, que era filho de um primeiro relacionamento de Lindamar. "A ficha ainda não caiu. Foi uma fatalidade e mais uma história de vida", disse Fábio, chorando. Já na manhã deste sábado, os bombeiros informaram que mais duas pessoas morreram em Nova Friburgo, área mais afetada da região serrana do Rio, por causa de dois desabamentos de casas. Com isso, subiu para 12 o número de mortos no município. Ainda nesta manhã, um homem ainda não identificado morreu no Hospital Municipal Raul Sertã, onde deu entrada na quinta-feira à noite, gravemente ferido, por ter sido soterrado com o desabamento de sua residência. Ele era marido da doméstica Vilma da Rocha Grandini. Sebastião Nilson Lima, 56 anos, morreu às 16 h de sexta-feira no bairro da Chácara do Paraíso, depois que sua casa foi atingida por uma queda de barranco, mas seu corpo só foi encontrado durante a noite. Desaparecidos Em Campos, duas pessoas desapareceram quando o Rio Paraíba do Sul transbordou, rompeu um trecho da BR-356 e arrastou um carro. As duas vítimas, segundo testemunhas, ficaram presas no automóvel levado pela correnteza e foram dadas como mortas pelos bombeiros. Dois outros passageiros foram projetados para fora do veículo e resgatados por um barco da corporação. A BR-356 liga a cidade de Campos à Zona da Mata mineira. Equipes dos bombeiros passaram a manhã procurando os corpos e o carro, que caiu perto de um canavial inundado. Os cadáveres não tinham sido encontrados até o início da tarde, mas o coronel-bombeiro Lincoln Javoski disse que os dois passageiros não sobreviveram. Já no início da tarde, o nível do rio havia voltado ao normal nos municípios de Itaocara, Cambuci e São Fidélis. Matéria ampliada às 19h07

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.