Governador do Rio, Sérgio Cabral, defende proibição a mascarados

Projeto de lei autoriza repressão a quem portar paus e pedras; MP quer policial fardado em atos

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Por Marcelo Gomes Luciana , Nunes Leal e Clarice Cudischevitch - O Estado de S.Paulo
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RIO - O governador do Rio, Sérgio Cabral (PMDB), elogiou projeto de lei que proíbe pessoas com rostos cobertos em manifestações e autoriza a polícia a reprimir quem portar paus e pedras. Por outro lado, o Ministério Público pediu nesta segunda-feira à Justiça que proíba policiais militares do serviço reservado, que atuam sem farda e são conhecidos como "P2", de fazer prisões em flagrante durante as manifestações de rua.O MP solicitou que todos os policiais militares que atuam nos protestos sejam obrigados a vestir coletes com identificação alfanumérica visível, como os agentes do recém-criado Grupamento de Policiamento de Proximidade de Multidões (GPPM). A criação do grupo foi um dos últimos atos do ex-comandante geral, coronel Erir Costa Filho, e foi aprovado por ativistas.O MP também requereu à Justiça que obrigue a Polícia Militar a fornecer aos promotores uma lista com os nomes de todos os PMs que vão atuar nas manifestações, com antecedência mínima de 24 horas.O promotor Paulo Roberto Mello da Cunha Júnior, da Auditoria Militar do MP, disse que dez PMs suspeitos de cometer excessos em protestos já foram parcialmente identificados em inquérito policial militar (IPM) para apurar o caso."Vamos encaminhar as imagens e os depoimentos à Corregedoria da PM, para que órgão nos informe a identificação desses policiais. Em seguida, os suspeitos serão ouvidos. Eles poderão ser denunciados por crimes como lesão corporal leve ou abuso de autoridade", disse o promotor.Sem máscara. O governador Sérgio Cabral (PMDB) afirmou achar "absolutamente correto" o projeto de lei, de iniciativa de deputados aliados, que proíbe mascarados em manifestações no Rio. "O conceito de não ter mascarado em manifestação, acho absolutamente correto. As pessoas têm de mostrar a sua cara quando se manifestarem", disse Cabral, durante solenidade no Palácio Guanabara.A votação está prevista para esta terça-feira. A proposta é de autoria do presidente da Assembleia Legislativa, Paulo Melo (PMDB), e do líder do partido, Domingos Brazão. O projeto prevê ainda que qualquer manifestação no Estado seja previamente comunicada à polícia.Invasão. O grupo Anonymous invadiu na tarde desta segunda-feira o banco de dados da Assembleia Legislativa do Rio. A invasão foi informada por um blog dedicado a divulgar notícias sobre o grupo, no qual era possível encontrar uma lista com os nomes e CPFs de servidores.Na tarde desta segunda-feira, seis mascarados do movimento Ocupa Câmara Rio distribuíram abraços para quem passava pela Cinelândia, no centro da cidade. O objetivo, segundo eles, era desmistificar a imagem negativa dos Black Blocs. "Queremos mostrar que o Black Bloc não é um vândalo que quer quebrar tudo", disse um deles.

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