Governador preso pode sofrer impeachment

Comissão foi instalada para analisar pedido, que deve ser julgado dia 20 na Assembleia, mas o processo dificilmente será concluído antes das eleições

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Por Redação
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O deputado e candidato a governador Camilo Capiberibe e os deputados Ruy Smith e Joel Banha, da coligação PSB-PT, protocolaram ontem na Assembleia Legislativa um pedido de impeachment do governador e candidato à reeleição, Pedro Paulo Dias (PP). O governador cumpre prisão temporária na Polícia Federal em Brasília. Ele e mais 17 pessoas foram presas sexta-feira na Operação Mãos Limpas.A Operação Mãos Limpas apurou que, sob o comando do próprio governador e de seu antecessor, Waldez Góes (PDT) - que deixou o cargo para concorrer a uma vaga no Senado -, a máquina do Estado era dominada por uma quadrilha de altos funcionários que fraudavam 9 em cada 10 licitações.O presidente da Assembleia, Jorge Amanajás (PSDB), acolheu o pedido de impeachment do governador. Argumentou que é essa sua função como presidente da Assembleia, mas alegou que não há tempo hábil para que o processo seja concluído.Cabe a Amanajás, que também é candidato ao governo do Estado, decidir quando o requerimento de pedido de impeachment entrará em pauta. Capiberibe, Smith e Banha querem que o requerimento entre na pauta em regime de urgência.A Assembleia realiza apenas uma sessão por semana nesse período eleitoral. Os três deputados autores do pedido de impeachment de Pedro Paulo Dias agem para acelerar o processo.Pressa. Uma comissão especial foi instalada ontem mesmo para analisar o pedido de impeachment. A estratégia é concluir a análise até o fim da semana, a fim de que o requerimento seja votado em plenário na segunda-feira.Desde sexta-feira, o governador e Waldez Góes estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, onde também está detido o presidente do Tribunal de Contas do Estado do Amapá, José Júlio de Miranda Coelho. Outras 15 pessoas foram levadas para o presídio da Papuda, também no Distrito Federal. Todos são acusados de integrar um esquema criminoso de desvio de verbas públicas.PARA ENTENDERPF apreendeu R$ 1 milhãoIniciada em agosto, a investigação que culminou na Operação Mãos Limpas, deflagrada na sexta-feira passada, identificou desvio de recursos públicos e fraudes em licitações no Amapá. O ex-governador Waldez Góes (PDT) e seu sucessor, Pedro Paulo Dias (PP), seriam os mentores do esquema. Eles e mais 16 pessoas, incluindo o presidente do Tribunal de Contas do Estado, José Júlio de Miranda, foram presos e levados para a carceragem da Polícia Federal em Brasília. Na operação, a PF apreendeu R$ 1 milhão em espécie.

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