Governador volta a recusar vinda das tropas federais

Claudio Lembo reiterou que o Exército "é uma tropa nobre, que deve ser preservada para defender a soberania nacional, e não para fazer guarda de muralhas de presídios"

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governador de São Paulo, Claudio Lembo (PFL), voltou a recusar nesta quarta-feira, 9, a oferta de tropas federais para conter a onda de ataques atribuída à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) no Estado. "Agradeço a solidariedade do presidente Lula com São Paulo, e acho que ele está preocupado com São Paulo e com o Brasil", disse o governador, em entrevista coletiva, após um encontro no Palácio dos Bandeirantes com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB). Apesar disto, reiterou que o Exército "é uma tropa nobre, que deve ser preservada para defender a soberania nacional, e não para fazer guarda de muralhas de presídios". Lembo também disse não acreditar que o PT possa estar por trás dos ataques que o PCC vem realizando em todo o Estado. "Não posso acreditar que o PT está por trás desses ataques", afirmou, contrariando a declaração dada por seu secretário de Segurança Pública, Saulo de Castro, de que o PT poderia estar vinculado aos ataques desta facção criminosa. A proposta de colocar o Exército como guarda de muralhas chegou a ser defendida por alguns candidatos que disputam essas eleições, inclusive o tucano José Serra, que pleiteia o Palácio dos Bandeirantes. Lembo disse também que não se sente pressionado pelo Planalto por conta das inúmeras ofertas de ajuda federal oferecidas por Lula e Thomaz Bastos. "Só fico constrangido com as pessoas que querem tirar proveito deste episódio", disse ele sem citar nomes. Indagado sobre quem estaria querendo tirar proveito da situação, emendou: "leiam nos seus jornais". Para o governador paulista, o momento exige tranqüilidade e equilíbrio, porque "o Brasil e São Paulo não estavam preparados para os ataques do crime organizado". Lembo afirmou também que a liberdade provisória que os presos terão no Dia dos Pais "cria uma interrogação". Apesar do questionamento, ele disse não acreditar em novos ataques.

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