Cidade de Palmares, no interior de Pernambuco, destruída após chuvas
MACEIÓ- Os governadores de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB), negaram que a tragédia provocada pelas enchentes nos dois Estados tenha sido causada pelo rompimento de barragens e açudes em território pernambucano ou alagoano.
Segundo eles, as enchentes foram provocadas pela grande quantidade de chuva que caiu nas cabeceiras dos rios que nascem em Pernambuco, mas correm em direção a Zona da Mata de Alagoas e ao litoral pernambucano.
"Tivemos enchentes em 1969, em 1970, em 1975, no ano 2000, em 2005 e agora em 2010, mas nenhuma foi tão grave quanto as que ocorreram no último final de semana", afirmou o governador Eduardo Campos. Segundo ele, o nível do rio Una nunca tinha subido tanto quando última sexta-feira.
Para Campos, a tragédia só não foi maior porque a barragem de Garanhuns suportou o grande volume d'água, que foi sendo liberado aos poucos. "Choveu em dois dias mais do que nos últimos 30 dias", acrescentou Campos.
De acordo com Campos, apenas o açude das Nações, em Bom Conselho (PE), rompeu com a força das águas das chuvas. "Mas não foi suficiente para causar a tragédia no Vale do Paraíba em Alagoas", garantiu.
Ele disse que o rompimento foi em pequenas proporções, e que as águas que sangraram desse açude, que não chega a ser uma barragem, só atingiram os rios da bacia hidrográfica de Pernambuco, não tiveram influência direta nos prejuízos causados em Quebrangulo e Paulo Jacinto, no lado alagoano.
Já Teotônio Vilela disse que a barragem Helenildo Ribeiro, também conhecida como barragem do Bálsamo, construída com recursos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), por R$ 26 milhões, em Palmeira dos Índios (AL), suportou o volume d'água e não provocou nenhum nado à natureza, quando as águas foram sendo liberada aos poucos por suas comportas.
"Os nossos rios, tanto o Paraíba quando o Mundaú receberam um volume de chuvas nunca visto nos últimos 200 anos. Esse sim foi a causa dessa tragédia", avaliou Vilela.