Governistas querem derrubar CPI do apagão aéreo

Tucanos entraram com pedido de comissão para investigar causas da crise do sistema aéreo a partir do acidente com o Boeing da Gol, em setembro de 2006

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Por Agencia Estado
Atualização:

O governo vai insistir em derrubar a CPI do apagão aéreo em votação na sessão da Câmara na manhã desta quinta-feira, 8. Para evitar desgaste político, o governo propôs, na quarta-feira, 7, um acordo para a oposição, na qual permitiria a instalação da CPI, desde que fosse limitada a sua atuação. Depois, os governistas voltaram atrás, dizendo que não querem que a CPI seja instalada antes que a Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) decida se ela poderá ou não ser criada. Se o governo, que tem maioria na CCJ, vencer a votação nesta manhã, na prática, significa que a CPI não funcionará. Os governistas argumentam que não há fato determinado, pré-requisito para a criação de CPI. No requerimento, os autores, deputados Vanderlei Macris (PSDB-SP) e Otávio Leite (PSDB-RJ), pedem a comissão para "investigar as causas, conseqüências e responsáveis pela crise do sistema de tráfico aéreo brasileiro, chamada de apagão aéreo, desencadeada após o acidente" com o avião da Gol, em 29 setembro de 2006, quando 154 pessoas morreram. Enquanto isso, os governistas querem investigar a crise a partir de uma comissão. "A nossa proposta é que a oposição abra mão da CPI e que faça uma comissão especial para debater o assunto", afirmou o deputado Henrique Fontana (PT-RS), vice-líder do governo. Ao contrário da CPI, uma comissão especial não tem poderes de investigação que envolva convocação de depoentes, análise de sigilo fiscal, bancário e telefônico, por exemplo. Fontana argumentou que o governo já tomou medidas que envolvam o problema aéreo e que a Polícia Federal está concluindo a investigação sobre o acidente entre o avião da Gol e o jato Legacy. A posição do governo vai acirrar a relação entre base e oposição na Câmara. A criação da CPI provocou na quarta-feira a primeira crise na Casa depois que Arlindo Chinaglia (PT-SP) assumiu a presidência.

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