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Governo Dilma quer abrir diálogo com black blocs

Ministro Gilberto Carvalho busca interlocutores para 'compreender este fenômeno social'; 'Só reprimir não resolve', afirma

Por Tania Monteiro
Atualização:

BRASÍLIA -O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que o governo está buscando interlocutores com o movimento Black Bloc porque é preciso estabelecer um "diálogo" com eles e "compreender este fenômeno social". Depois de ressaltar que o governo está "preocupadíssimo" com esta violência, o ministro entende que "a repressão é necessária", mas ressalvou que "só reprimir não resolve a profundidade do problema". O ministro reconheceu que a população acabou se tornando refém da violência dos black blocs e justificou que "o próprio esvaziamento das manifestações demonstrou isso".

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Para Gilberto Carvalho, "o Estado não pode permitir a violência" e o governo quer impedi-la. Mas, ao mesmo tempo, quer ir à raiz do problema para entender essa questão e tomar medidas que resolvam. Segundo ele, o governo está "preocupadíssimo" com a questão e procura entender "até que ponto a cultura de violência vivida na periferia já emigrou para esse tipo de ação". Salientou ainda que é preciso ir a fundo na questão e não basta criminalizar os jovens, é preciso entender o que está acontecendo.

Após lembrar que esta é "uma questão complexa", Carvalho explicou que, "para podermos ter uma atuação eficaz, nós temos de ter um diagnóstico mais preciso", que ainda não existe. "Estamos acelerando isso, estamos em diálogo com a polícia, com as autoridades dos Estados, estamos buscando e também com a sociedade, com movimentos juvenis porque a simples criminalização imediata não vai resolver", declarou o ministro, acrescentando que "a polícia faz o combate à destruição e tem de fazer". "Mas para resolver o problema na profundidade, nós temos de conhecer um pouco mais, entender de onde vem esse processo."

Ao defender a necessidade de se conseguir interlocutores com os black blocs, Carvalho citou que o governo está em busca de integrantes do grupo que queiram dialogar. "Um dos problemas é essa dificuldade de ter interlocutores que possam e que queiram inclusive dialogar. Que a linguagem aparente - e insisto, aparente - é muito da destruição, da negação. Agora, nós precisamos de alguma forma ter uma ponte, nós estamos buscando com muita força esse diálogo, para que a gente possa achar uma saída eficaz porque só reprimir não resolve", afirmou.

O ministro comentou ainda que tem havido dificuldade no contato porque "é um grupo que não se apresenta para o diálogo, não se identifica".  "A nós causa um grande espanto"

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