Governo do Rio e boate terão que indenizar família de militar morto

Cabo do Exército foi torturado e executado por PMs que o confundiram com ladrão de veículos em 2003

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Por Pedro da Rocha e da Central de Notícias
Atualização:

SÃO PAULO- O Tribunal de Justiça do Rio condenou a casa de espetáculos Via Show e o governo do Estado a indenizarem em R$ 660 mil, por danos morais, a família do cabo do Exército Geraldo Sant'anna de Azevedo Júnior, morto em 2003, em São João de Meriti, na Baixada Fluminense, após ser baleado por policiais militares.

 

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Geraldo estava no local com outros três amigos e teria urinado ao lado do carro de um soldado PM, responsável pela segurança dos camarotes da casa noturna. Os policiais teriam pensado que ele estava tentando roubar o veículo. Os PMs o agrediram e torturaram. O corpo encontrado dias depois com vários tiros, principalmente na cabeça.

 

A 16ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça negou recursos do Estado do Rio e da Via Show, mas modificou a sentença da 6ª Vara da Fazenda Pública da capital.

 

A mãe e o pai de Geraldo receberão, cada um, R$ 300 mil. A irmã, R$ 40 mil, e a tia, R$ 20 mil. A Via Show também foi condenada ao pagamento de pensão mensal, no valor de um salário mínimo, aos pais da vítima, cabendo a metade a cada um deles, até a data em que Geraldo completaria 65 anos de idade. Os réus também foram condenados a pagar os gastos da família com o funeral, fixado em três salários mínimos; R$ 11 mil é referente ao valor do veículo da vítima, desaparecido no dia do fato e encontrado, posteriormente, destruído.

 

O relator do recurso, desembargador Lindolpho Morais Marinho, considerou que "um Oficial da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, fardado, comandou a execução da vítima, utilizando uma viatura, armas e munições da corporação para matar o filho dos dois primeiros autores, quando deveria conduzi-la, após ser acusada de furto de veículo, à Delegacia Policial, e não acusá-la, julgá-la, condená-la e executá-la sumariamente".

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