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Governo do RJ determina investigações sobre fiscais

Por Agencia Estado
Atualização:

A governadora do Rio, Rosinha Matheus, determinou hoje que o secretário estadual de Fazenda, Mario Tinoco, reavalie os atos de fiscalização praticados durante o período de 1999 e 2000, pelo então subsecretário-adjunto de Administração Tributária, Rodrigo Silveirinha Corrêa, e pelos fiscais Lúcio Manoel Picanço, Carlos Eduardo Pereira e Rômulo Gonçalves, suspeitos de envolvimento em esquema de extorsão, lavagem de dinheiro e remessa ilegal de US$ 32 milhões para a Suíça. Na nota distribuída à imprensa, a governadora diz ainda que também determinou ao secretário que "proceda uma reavaliação, com base em critérios técnicos e éticos, de todas as nomeações de novos fiscais (31 funcionários que podem ter ligação com Silveirinha) feitas pela atual administração". A governadora não deu entrevistas, mas sua Assessoria de Imprensa informou que a intenção de Rosinha é fazer uma investigação no currículo técnico e moral dos 31 fiscais. Na última sexta-feira, a governadora exonerou Silveirinha da presidência da Companhia de Desenvolvimento Industrial do Estado - ligada à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico e Turismo -, e afastou das funções os outros três fiscais. Silveirinha atuou como subsecretário-adjunto de Administração Tributária da Secretaria de Fazenda no governo Anthony Garotinho, marido de Rosinha, e trabalhou na campanha eleitoral da atual governadora. Ele é suspeito de ter remetido US$ 8,9 milhões para contas na Suíça. Ontem, Rosinha determinou ainda que seja feito um amplo levantamento de empresas suspeitas de participação em atos lesivos ao Estado. O secretário de Planejamento do Rio e ex-secretário de Fazenda do governo Garotinho, Fernando Lopes, afirmou, em entrevista ao RJTV, da TV Globo, que Silveirinha ainda não fez contato com o governo nem se manifestou sobre as acusações. Lopes também afirmou que o ex-assessor de campanha da Rosinha não era um assessor muito próximo do então governador, mas apenas um técnico de carreira. O mesmo teria acontecido na campanha de Rosinha. E disse ainda que a secretaria "vai acompanhar mais de perto e com mais cautela". O Ministério Público Federal e a Polícia Federal investigam se o dinheiro é resultado de extorsão de dinheiro de empresas sonegadoras de impostos. A investigação atinge, além dos fiscais do Rio, quatro auditores da Receita Federal. O Ministério Público Federal já apresentou à Justiça um pedido ao governo da Suíça para que seqüestre, imobilize e repatrie os US$ 32 milhões depositados em contas. O inquérito sobre o caso foi aberto no dia 11 de dezembro pela Polícia Federal com base em informações enviadas pelo Ministério Público da Suíça em relação ao dinheiro depositado em contas bancárias daquele país pelos funcionários estaduais. Rosinha disse anteontem que ficou surpresa com as suspeitas e garantiu que não tinha nenhuma informação sobre qualquer investigação contra Silveirinha. Silveirinha não foi encontrado desde que a investigação foi divulgada pela imprensa. Ele mora em um condomínio luxuoso da Barra da Tijuca, zona oeste, onde também reside o cantor Marcelo Pires Vieira, o Belo, condenado na semana passada por tráfico e associação com o tráfico. No mesmo bairro, também mora outro fiscal acusado do esquema, Carlos Eduardo Pereira Ramos.

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