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Governo Federal só tem palavras bonitas, ataca Lembo

O governador de São Paulo cobrou verba prometida pelo Governo Federal para área da segurança

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador Cláudio Lembo (PFL) satirizou o Governo Federal por ainda não ter enviado a verba de R$100 milhões anunciadas há duas semanas pelo Ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos. "O Governo Federal gosta muito de palavras bonitas, mas ações são poucas. Sempre temos ouvido bonitas palavras deles, eu respeito, também gosto de palavras bonitas, mas dinheiro que é bom, dinheiro que resolve, não veio nada do governo federal. Nós apresentamos sim os projetos mas até agora não vi nada. Muita promessa e pouca ação". Questionado se esta resposta seria um ataque político para favorecer o candidato de seu partido, Geraldo Alckmin, Lembo negou. "Não, não é conotação política. Poderia ser de qualquer partido, inclusive do meu. Quando o governo não tem capacidade de agir, seja ele desse ou daquele partido, ele tem que ser objeto de exposição para que a população julgue. Eu queria ver o dinheiro na conta de São Paulo." O recurso federal será usado para a reconstrução de 12 penitenciárias destruídas e para a compra de equipamentos de inteligência. "Nós mandamos sim os projetos", confirmou Lembo. Com vinte dias de atraso o governador participou de uma homenagem ao mausoléu da Revolução de 32 na cidade de Cruzeiro, no Vale do Paraíba, feita por cinco alunos da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e pelo diretor da instituição Eduardo March. A homenagem estava marcada para a semana da Revolução Constitucionalista, mas os ataques do PCC (Primeiro Comando da Capital) obrigaram o governo a adiar o evento. Sobre o crime organizado Lembo disse que o problema "não está resolvido porque o crime organizado é muito violento, muito agressivo e pode atacar novamente a qualquer momento". "Eu diria que o crime organizado está cerceado e estou bastante tranqüilo". Lembo chamou de "drama" o problema da superlotação nas cadeias e penitenciárias de São Paulo e disse que teria que construir uma penitenciária por mês de 600 lugares para dar conta de tantas prisões. Lembo também disse que enfrenta problemas com o Poder Judiciário que interrompe algumas obras por questões ambientais, como a construção do Centro de Detenção Provisória de Caraguatatuba "Temos que aguardar o Poder Judiciário". Ele comparou com o problema enfrentado para a construção de unidades menores da Febem. "Uma situação muito grave também é sobre a Febem. Nós queremos criar as unidades individuais de 40, 50 menores e temos tido muito bloqueio do Poder Judiciário. Eu compreendo que o meio-ambiente tem que ser preservado". Lembo não vai transferir os presos perigosos que estão em Presidente Bernardes para a penitenciária federal de Catanduvas, no Paraná. "O governo nos deu quatro vagas. Temos 144 mil presos. Então não resolve, e também não é preciso por enquanto".

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