Governo gastou quase R$ 500 mil com remoções de Beira-Mar

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Por Agencia Estado
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O governo gastou em torno de R$ 30 mil para remover, mais uma vez, o traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, de um Estado para outro. O custo da transferência do traficante de Maceió para Presidente Bernardes equivale à manutenção mensal de 55 presos no Rio de Janeiro e a 8.600 cartões do Fome Zero. Nos dois meses em que está sob a guarda do governo federal, Beira-Mar já pode ser considerado o preso mais caro da história do País. Na contabilidade geral, o traficante onerou os cofres públicos em R$ 430 mil, suficiente para manter 537 presidiários em vários Estados brasileiros, onde o custo mensal é de R$ 800,00 por preso, ou 781 detentos no Rio, onde se gasta R$ 550,00 por cada um ao mês. Se o dinheiro utilizado nas duas remoções de Fernandinho fosse aplicado na construção de celas de segurança máxima, daria para montar 27 unidades ou 36 de segurança média. Segundo o Programa de Segurança Pública do governo, os gastos com presos no País "tornam-se chocantes quando comparados com o custo de um aluno, por mês, em uma escola pública". O que foi gasto com Fernandinho Beira-Mar, por exemplo, daria para manter 5.733 crianças em salas de aula. Daria, ainda, para construir um pequeno conjunto habitacional com 106 casas de um quarto ou 61 residências com dois dormitórios. A última transferência de Beira-Mar poderia ter saído mais cara, caso fosse necessário deslocar agentes da PF. A idéia inicial era tirar Beira-Mar da superintendência da Polícia Federal em Maceió e removê-lo de helicóptero para Aracaju, mas foi abortada devido às más condições do tempo. Desta vez, a PF utilizou apenas um avião Caravan e um helicóptero para o transporte do traficante. O número de policiais também foi reduzido, haviam 70 agentes do Comando de Operações Táticas (COT) baseados em Alagoas, há pelo menos um mês. Também se aproveitou todo efetivo da PF em Presidente Prudente para dar cobertura à chegada do traficante a Presidente Bernardes, dispensando novos reforços. Para manter Beira-Mar em segurança, a União fez alguns sacrifícios. Vários dos 70 agentes deslocados para Maceió eram de outros Estados e estavam com diárias atrasadas. A Divisão de Operações Aéreas da PF também não está com o pagamento de seus aviões em dia, assim como o aluguel do hangar onde as aeronaves estão baseadas, enquanto acabam as obras do hangar da instituição. Como o traficante vai ficar por um período indeterminado na penitenciária de Presidente Bernardes, seu custo poderá aumentar ainda mais e, em dois meses, poderá alcançar os R$ 450 mil, por causa da manutenção de sua cela, alimentação e medicação, se precisar.

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