A Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) não sabe qual o índice médio de resolução de crimes como homicídio doloso no País. Dados do Rio de 1995 indicavam, de acordo com o secretário nacional de Segurança Pública, Luiz Eduardo Soares, apenas 7,8% de solução desse tipo de delito. "Os índices de impunidade chegam a ser estarrecedores, de 92%, enquanto em países desenvolvidos a resolução dos crimes é de 70%", comparou. Para tentar aumentar os números de esclarecimento de crimes e reorganizar as polícias, o Ministério da Justiça lançou na sexta-feira, em parceria com a Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), o programa de pesquisa aplicada para as áreas de violência e segurança. A Senasp vai dedicar 1% dos recursos previstos para o Plano Nacional de Segurança Pública - cerca de R$ 4,5 milhões - para financiar as pesquisas aplicadas. Academias de polícia, faculdades e até organizações não-governamentais podem inscrever projetos para participar. Os recursos devem permitir a realização, ainda neste ano, de cerca de 60 trabalhos de pesquisa. Os dados obtidos fornecerão subsídios e diagnósticos para o Plano Nacional de Segurança Pública do próximo ano. "Se eu não tiver os dados, não tenho como saber onde estão os gargalos e tentar resolver os problemas", disse o secretário. As pesquisas vão se concentrar em temas como a perícia técnica, prevenção da violência, valorização de policiais, controle externo e modernização do trabalho policial. Os editais dos concursos de projetos serão publicadas na próxima semana. Mais informações podem ser obtidas nos sites www.mj.gov.br ou www.anpocs.org.br.