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Governo não recua no combate ao crime, diz Alckmin

Por Agencia Estado
Atualização:

O governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP) disse nesta quarta-feira, que a determinação da polícia estadual continua sendo a de enfrentar as organizações criminosas ou as manifestações criminosas isoladas. "Nada nos fará recuar um milímetro na determinação de enfrentar as organizações criminosas e colocar os bandidos na cadeia", disse Alckmin. Ele deixou o Cemitério do Araçá, após participar da cerimônia de sepultamento do policial militar Diógenes Barbosa Paiva, um dos seguranças do filho mais novo, Thomaz. O crime aconteceu na noite de ontem e deixou um segundo segurança ferido, o PM Adoniran Francisco dos Santos Júnior, que está internado no Hospital São Paulo, mas passa bem. "Nós trouxemos a nossa solidariedade à família do soldado Diógenes, trouxemos nossos sentimentos. Ele era amigo da nossa família, era amigo do meu filho", disse Alckmin. O governador informou ainda que a polícia está trabalhando no caso, mas que ainda não esclareceu qual foi a motivação do crime. Não está descartada nenhuma hipótese, segundo Alckmin. O governador disse também que não pretende pedir um reforço de segurança. "Isso quem verifica é a Casa Militar, mas não vejo razão para solicitar um reforço." Na avaliação de Alckmin, que disputa a reeleição, o crime não terá repercussão na campanha. "Lamentavelmente, isso foi uma fatalidade. Acho que uma coisa não tem ligação com a outra." Alckmin relatou aos jornalistas que o filho Thomaz estava saindo do apartamento da namorada quando ouviu os tiros. "Ele voltou e quando parou, depois, encontrou os dois policiais baleados. Ele os ajudou. O que faleceu foi no colo dele; o Thomaz foi tentando reanimar o soldado Diógenes até o hospital, mas lamentavelmente ele faleceu. Agora cabe à polícia prender os criminosos." Alckmin disse ainda que o secretário da Segurança Pública, Saulo de Castro Abreu Filho, e o delegado geral da Polícia Civil, Marco Antonio Desgualdo, poderão dar detalhes sobre a linha de investigação que será adotada. "À medida que não atrapalhe a investigação a polícia poderá transmitir mais informações e esclarecer qual foi a motivação do crime", disse Alckmin. Retrato Falado Um equipe técnica do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), se encontrava na tarde desta quarta-feira no quarto do Hospital São Paulo, onde está internado o policial Adoniran Fransciso Santos Júnior. A equipe vai tentar fazer o retrato falado dos autores dos disparos. A informação foi transmitida pelo secretário de segurança pública, Saulo de Castro Abreu Filho, que visitou o policial há pouco em companhia do governador Alckmin. De acordo com o secretário, as investigações estão sob responsabilidade do delegado do DHPP, Armando de Oliveira Costa Filho, que trabalha com "pelo menos quatro hipóteses" sobre o episódio. Castro não quis revelar quais são essas hipóteses, mas adiantou que elas vão "desde tentativa de assalto até atentado contra o filho do governador ou os próprios policiais". Abreu relatou que Thomaz estava de saída da casa da namorada, já na portaria do prédio, localizado na Vila Mariana, quando ouviu os disparos e, em seguida, gritos de socorro de Santos Júnior. Uma moradora que também ouviu os gritos, chamou a polícia. "Como a viatura que fazia a ronda no local estava muito próxima, o socorro foi quase imediato", contou. De acordo com o secretário, são freqüentes, no disque-denúncia da polícia, ameaças de atentados ao governador e à sua família. "Todas essas ameaças são levadas a sério e investigadas". Segundo ele, não houve nos últimos dias nenhuma ameaça que determinas se um alerta especial. Depois do episódio, disse o secretário, foram tomadas medidas especiais de segurança para o governador e seus familiares. Abreu disse que o depoimento de Santos Júnior ainda tem pontos confusos, pois o policial hospitalizado está sob o efeito de sedativos fortes. "Amanhã ele já estará bem e será transferido para o Hospital Militar, onde terá acompanhamento psiquiátrico", afirmou. Abreu descartou "por enquanto" qualquer relação entre o crime e o assassinato ocorrido hoje pela manhã da advogada Ana Maria Olivato e ex-mulher de Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, um dos líderes da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). Peugeot prata A participação de um Peugeot prata, que teria dado cobertura aos dois homens que dispararam ontem à noite contra os dois policiais que faziam a segurança de Thomaz Rodrigues Alckmin, filho do governador Geraldo Alckmin (PSDB-SP), continua envolvida em mistério. A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança Pública informou, hoje à tarde, que por enquanto não foi encontrado "nenhum indício" que estabeleça ligação entre o crime e o Peugeot prata encontrado horas depois, abandonado e uma favela próxima ao local dos disparos, que resultaram na morte de um dos seguranças e ferimento no outro. "O fato concreto é que eles (os policiais) foram abordados por dois homens que chegaram a pé", afirmou o secretário de segurança pública, Saulo de Castro Abreu Filho. De acordo com depoimentos de três testemunhas ouvidas até o momento, os indícios mais fortes, segundo a assessoria da secretaria, são de que apenas um dos homens efetuou os disparos contra os dois seguranças. Há uma contradição entre os depoimentos, que indicam a ocorrência de quatro ou cinco disparos. "Certamente não houve troca de tiros, os policiais não tiveram tempo de reagir", informou a assessoria.

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