
04 de julho de 2011 | 00h00
Na maior parte das vezes, quem define o nome do superintendente são as forças políticas locais aliadas do governo, com a participação de líderes regionais de movimentos ligados à reforma agrária - como o MST e a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Esse critério tem sido desastroso, de acordo com uma análise que circulou no início deste ano entre funcionários do Incra e do Ministério do Desenvolvimento Agrário e chegou à Presidência da República. Por essa análise, que surgiu no rastro de uma série de escândalos envolvendo casos de corrupção em superintendências regionais, os superintendentes frequentemente não se subordinam à presidência do órgão, não se comprometem com metas federais e agem por conta própria, mais atentos a critérios políticos do que técnicos.
Diante deste quadro, o governo federal decidiu neste ano privilegiar o critério técnico na escolha dos superintendentes. Outra decisão foi dar prioridade aos nomes que saem do quadro de funcionários do Incra.
Os seis nomeados até agora seguiram esses critérios: têm qualidades técnicas e são do Incra. Isso tem merecido elogios das associações de funcionários, mas, por outro lado, também provoca atritos com o PT e aliados políticos. Com vontade de influir mais na escolha, eles acabam emperrando o processo.
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