Governo recebe propostas para rebaixar calha do Tietê

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

A Secretaria de Recursos Hídricos paulista recebeu hoje as propostas de preço das empresas pré-qualificadas para a execução da segunda etapa das obras de rebaixamento da calha do rio Tietê. Do grupo de 13 interessados - 10 consórcios e três empreiteiras isoladas - habilitadas na fase técnica da concorrência, só o consórcio Triunfo/Galvão Engenharia não entregou a proposta de preço. A partir da data da entrega dos envelopes, o cronograma estabelece um prazo de cinco dias úteis para avaliação das propostas e publicação das propostas. A partir daí, se inicia o prazo de recursos, caso algum participante se considere prejudicado com a proposta do concorrente e na seqüência o prazo de contra-recurso. Vence a licitação o grupo que apresentar menor preço para executar o projeto. "Até o final de março de 2002 estaremos apresentando o vencedor e começando a obra, que deve durar 30 meses. Mas em um ano de trabalho já teremos 30% dela pronta, o que já dá um impacto na questão das enchentes", explicou o secretário Antonio Mendes Thame. Ele assegurou que, ao contrário do Rodoanel, que recebeu aditivo, a obra de rebaixamento da calha do Tietê foi licitada com projeto executivo. O aprofundamento da calha do rio Tietê é uma das obras de macrodrenagem da qual depende o fim das enchentes no município de São Paulo. No total, os menores preços para os quatro lotes em que foi dividido o projeto custarão ao Estado R$ 713.819.340,00, recursos esses financiados pelo Japan Bank for International Cooperation. As obras do pacote financiado pelo J-Bic incluem a canalização do rio Cabuçu de Cima e a construção de dois reservatórios no Sistema Alto Tietê. Mendes Thame anunciou também que o banco japonês concordou em antecipar a liberação dos recursos, o que deve permitir que a primeira Ordem de Serviço seja emitida na segunda quinzena de março, em vez de 21 de abril, como estava previsto. A mudança é importante, porque permitirá ao governo paulista ter parte da obra pronta antes do início da temporada de chuvas do ano que vem. Com esse adiantamento - 30% do total previsto já escavado - o Tietê terá vazão de 800 metros cúbicos, em vez dos 600 metros cúbicos atuais, o suficiente para pelo menos minimizar as enchentes, enquanto se faz o restante da obra, que demandará 30 meses. Apesar da obra em licitação prever apenas quatro lotes, Mendes Thame está pleiteando junto ao financiador japonês o acréscimo de mais dois lotes. O quinto, explica ele, seria uma espécie de compensação ambiental para a região de Santana do Parnaíba. É que esta cidade, a jusante de São Paulo, poderá ficar sujeita a enchentes, quando o Tietê com vazão aumentada passar a despejar mais água nessa área. Para evitar isso, o secretário planeja altear a barragem Edgard de Souza e talvez fazer um canal de desvio, para proteger a cidade. O outro lote extra, também em discussão, seria um contrato para o monitoramento permanente de toda a bacia. A idéia é dotar os principais rios da área de sensores eletrônicos sofisticados. Eles seriam instalados no Tietê, Pinheiros, Aricanduva, Tamanduateí, Cabuçu de Cima e Pirajussara, informando permanentemente uma central de operações da quantidade de água que estão recebendo. Isso possibilitaria um manejo mais adequado e a gestão das vazões, através das comportas das barragens, ajudando a controlar a água das pesadas chuvas de verão, que hoje provocam enchentes tanto nos afluentes do Tietê e Pinheiros, como nesses dois rios principais.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.