Grande Rio comemora o vice-campeonato como se fosse o título

Escola de samba poucas vezes ficou entre as seis primeiras colocadas

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Por Agencia Estado
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O vice-campeonato da Acadêmicos do Grande Rio foi comemorado pela diretoria da escola como um primeiro lugar, pois a escola mais jovem do Grupo Especial até já conseguiu dois terceiros lugares anteriormente (no ano passado e em 2003), mas poucas vezes, desde sua fundação, em 1988, ficou entre as seis primeiras colocadas. Já o sexto lugar da Unidos da Tijuca foi uma triste surpresa para a agremiação, que esperava ser campeã, depois de ser vice duas vezes, no ano passado e em 2004. Coincidência ou não, os carnavalescos das duas escolas já estão com contrato para o ano que vem. Roberto Szanieck garante já ter o enredo para a Grande Rio em 2007. "Só não posso contar ainda qual é", disse. Paulo Barros também continua na Tijuca e, embora tenha ficado longe do resultado esperado, ao menos conseguiu trazer a Estácio de volta ao Grupo Especial. "Estou comemorando duplamente. Fiquei em primeiro lugar em São Paulo e aqui sou vice", comemorava Szanieck, referindo-se ao campeonato da escola paulista Império da Casa Verde, onde é um dos quatro integrantes da comissão de carnaval. Ele foi direto para a quadra, em Duque de Caxias, onde o segundo lugar foi comemorado com cerveja e champanhe para cerca de 8.000 pessoas. "Discordei de algumas notas, mas não quero pensar nisso hoje, que é dia de festa. Comemoro com a comunidade porque devo esta vitória a eles." Durante a apuração, a diretoria da escola comemorou várias vezes porque ficou à frente. Terminada a contagem, entendeu que havia sido campeã e festejou como tal. Era um erro, mas isso não desanimou nem o presidente de honra, Jaider Soares, que havia chegado cedo na Apoteose, nem o presidente executivo, Hélio Ribeiro de Oliveira, que se emocionou ao receber o troféu. "Esse vice-campeonato tem gosto de vitória e vamos comemorá-lo como tal", prometeu. Na Unidos da Tijuca, o desânimo tomou conta dos diretores que foram à apuração na Praça da Apoteose. Antes de começar a contagem, o presidente Fernando Horta era reticente. "Fizemos um bom desfile, que agradou ao público e á imprensa, mas quem decide é o júri e ninguém manda em jurado ou entende sua cabeça", disse ele. Ao saber do resultado, Horta retirou-se sem falar nada. Já o carnavalesco da escola, Paulo Barros, não foi ao sambódromo. "Ele viu pela televisão, em casa", contou o diretor de carnaval da escola, Luiz Carlos Bruno, que também não quis falar no fim da apuração. Nenhum deles foi para a quadra, na Avenida Francisco Bicalho, próximo ao bairro que dá nome á escola. Lá, o resultado foi acompanhado por cerca de 100 pessoas que saíram pouco depois de saberem da sexta colocação da agremiação. Entre elas estava o diretor de bateria, mestre Celinho, que reclamou os quatro décimos que a escola perdeu em seu quesito. "Preciso descobrir qual a fórmula para uma bateria perfeita. Ano passado ficamos em segundo e, desta vez, quase nem conseguimos ficar no desfile das campeãs", disse ele desolado, antes de ir embora com os poucos tijuquenses que foram à quadra.

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