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Grávida baleada em tiroteio não resiste e morre em hospital

Mulher foi atingida na cabeça durante troca de tiros entre polícia e marginais

Por Agencia Estado
Atualização:

A jovem Carla da Silva Costa, de 20 anos, atingida por um tiro na cabeça durante uma perseguição policial no bairro Nova Cachoeirinha, região noroeste de Belo Horizonte, não resistiu ao ferimento e faleceu na noite de segunda-feira, 4, no Hospital Municipal Odilon Behrens. Grávida de cerca de cinco meses, Carla foi baleada na porta de sua casa, em um dos becos do bairro. O tiroteio ocorreu pela manhã quando policiais militares perseguiam um traficante de drogas e outros suspeitos. Segundo testemunhas, a jovem varria a calçada e estava com a filha de três anos. Ela foi alvejada quando procurava um abrigo e abaixou-se para carregar a criança. A gestante foi levada para o hospital em estado gravíssimo. A morte do feto foi confirmada no meio da tarde, antes do falecimento da mãe, que teve perda de massa encefálica. De acordo com a assessoria do Odilon Behrens, a morte de Carla foi constatada às 21h10. Seu corpo foi encaminhado para o Instituto Médico-Legal (IML) e submetido a uma autópsia. O laudo pericial deverá ser divulgado em um prazo de 30 dias. O corpo de Carla será enterrado na manhã de quarta-feira, 6. Revolta O episódio revoltou moradores, que acusaram um sargento que comandava o grupo tático móvel do 34º Batalhão da PM de ser o autor do disparo que matou a mulher. Centenas de pessoas fecharam com barricadas a avenida Antônio Carlos, nas proximidades do Nova Cachoeirinha. Para dispersar os manifestantes, militares usaram cassetetes, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha. Moradores denunciaram também supostas práticas de extorsões praticadas por policiais. "Isso é muito grave, temos que apurar", afirmou a comandante do 34º Batalhão, tenente-coronel Luciene Albuquerque. Ela disse que marcou uma reunião na quinta, 7, com líderes comunitários para tratar desse assunto. "Estaremos estimulando que essas denúncias sejam feitas concretamente." Segundo Luciene, pela apuração preliminar da PM, há fortes indícios de que o tiro que vitimou a gestante e seu futuro bebê partiu dos homens que fugiam. Os nomes dos policiais envolvidos na operação não foram divulgados. Suas armas foram recolhidas para a perícia. Além da PM, a Divisão de Homicídios da Polícia Civil também abriu inquérito para apurar o ocorrido.

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