Greve de agentes penitenciários é parcial

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Por Agencia Estado
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A greve dos agentes penitenciários foi parcial no primeiro dia. Governo e sindicatos da categoria fizeram balanços diferentes sobre o movimento. A Secretaria da Administração Penitenciária divulgou que três presídios pararam totalmente e, parcialmente, outros 21. O Sindicato Estadual dos Funcionários do Sistema Prisional afirmou que 40 penitenciárias aderiram à paralisação, informação que contradizia sindicalistas do interior. O governo chamou de greve total os casos de prisões onde os detentos não saíram para o banho de sol, o que ocorreu em Araraquara, na Penitenciária 1 de Guarulhos e na Penitenciária do Estado, no Carandiru. Nas demais, teriam sido afetados os serviços de apresentação de presos à Justiça, transferências e o trabalho nas oficinas. O sindicato informou que nas unidades em greve só foram mantidas alimentação, saúde e libertação de presos pelo fim da pena. Em assembléia às 18h30, a categoria decidiu manter a paralisação. O presidente do sindicato, Nilson de Oliveira, disse que quer negociar e vai procurar o governo nesta sexta-feira. O secretário da Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, afirmou que o atendimento de reivindicações está condicionado ao retorno ao trabalho. Furukawa disse que as visitas do fim de semana estão garantidas. "Os diretores estão orientados a convocar os funcionários administrativos." Segundo Nagashi, a greve é ilegal, pois os agentes desempenham um serviço essencial. Para ele, quem participa da paralisação comete falta grave e pode até ser demitido. Os grevistas querem reajuste do salário inicial de R$ 810,00 para R$ 1.300,00, a compra de equipamentos de segurança e a contratação de 5.400 agentes. O governo acena com um possível aumento do abono de R$ 60,00 para R$ 100,00, a criação de um plano de carreira, a compra de detectores de metais e a contratação de 3 mil agentes. A Casa de Detenção de São Paulo amanheceu cercada por PMs a pé e a cavalo. Os parentes que se aglomeravam em frente ao presídio para entregar sacolas com mantimentos aos detentos foram obrigados a voltar para casa. "Vim de São Bernardo do Campo e volto sem deixar nem mesmo os remédios do meu irmão", disse Adriana de Oliveira, cujo irmão Admilson está preso no Pavilhão 9 por roubo. Dos 316 agentes da Penitenciária de Araraquara, só 22 trabalharam, segundo o diretor do sindicato na região, João Batista Pancioni. A regional do sindicato, que abrange Ribeirão Preto, Itirapina e Casa Branca, informou que só Araraquara parou. Mas, em São Paulo, a direção da greve informou que Casa Branca também parou. Por causa da greve, um preso transferido de São Paulo não foi recebido em Araraquara. Ele teve de voltar à capital. Em Sorocaba, pararam a Penitenciária 1 e o Centro de Detenção Provisória. "Os presos foram informados com antecedência e apoiaram a greve", disse Maurício Guarnieri, diretor da penitenciária.

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