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Greve dos aeroportuários deve atingir principais aeroportos

12 dos 67 aeroportos da Infraero, responsáveis por 80% do fluxo aéreo, entraram em greve na quarta-feira, 30

Por Ana Luísa Westphalen
Atualização:

A greve dos aeroportuários terá início a partir da meia noite de quarta-feira, 30, em 12 dos 67 aeroportos administrados pela Infraero em todo o País, que respondem por 80% do transporte aéreo de passageiros. Entre eles, estão os aeroportos de Congonhas e Guarulhos, em São Paulo, Galeão e Santos Dumont, no Rio de Janeiro, Salgado Filho, no Rio Grande do Sul, e o de Campinas, principal em transporte de carga aérea no Brasil.   Veja também:  Cabral diz que gestão da Infraero no Galeão é um desastre   O presidente do Sindicato Nacional dos Aeroportuários (Sina), Francisco Lemos, informou que a greve não tem prazo para terminar, mas garante que, por se tratar de um serviço essencial, 30% do efetivo atuará normalmente. "Não deixaremos que o quadro seja inferior a isso", afirmou. Os aeroportuários atuam na fiscalização de bagagens e controle do movimento de aeronaves na pista.   No entanto, Lemos adverte que o serviço ficará mais lento e poderá gerar transtornos aos passageiros, como por exemplo atraso nos embarques. Ele citou como exemplo a função do fiscal de pátio, que auxilia a aeronave no momento de acoplagem e liberação para decolagem. "A prioridade é o pouso das aeronaves que estão no ar, e não o embarque. Com o efetivo reduzido, os vôos partirão com atraso", explica.   A categoria apresentou em maio uma proposta oficial à Infraero reivindicando reajuste salarial de 6%, em reposição das perdas com a inflação, além de um aumento de 5,2% correspondente ao crescimento do setor aéreo no País. Os trabalhadores também pedem revisão do valor do tíquete alimentação, de R$ 22 para R$ 25, e a implantação de um plano de carreiras. "Não há um único funcionário de carreira na diretoria", disse Lemos.   Os funcionários reivindicam ainda uma nova forma de avaliar a Participação nos Lucros e Resultados (PLR) da empresa e a inclusão de um representante da categoria no conselho deliberativo, informou o responsável pelo conselho fiscal do sindicato, Severino Antônio de Macedo.   A greve foi aprovada pelos aeroportuários dos respectivos aeroportos em assembléia coletiva realizada nos dias 22, 23 e 24 de julho. O sindicato enviou o aviso oficial à Infraero no dia 25. Desde maio, quando foi apresentada a proposta de reajuste salarial, ocorreram sete rodadas de negociações, disse Macedo, mas, segundo ele, os funcionários dos 12 aeroportos que entrarão em greve amanhã (30) não chegaram a um acordo.   Em nota oficial à imprensa, a presidência da Infraero informou que a diretoria executiva continuará a negociar com a categoria e que tomará as providências necessárias para assegurar o funcionamento dos aeroportos.

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