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Grifes cariocas ganham paulistanos

Com roupas coloridas e jovens, elas viram atrativos de shoppings e até de centros populares como o Bom Retiro

Por Valéria França
Atualização:

Roupas jovens, descontraídas, coloridas e com um jeitão de férias. Com esse visual, as grifes cariocas começaram a desembarcar em São Paulo há dois anos e, agora com lojas próprias, fazem sucesso entre os paulistanos. Em menos de dois meses, abriram pelos menos três na cidade: Cantão e Reserva, no Shopping Iguatemi, nos Jardins, zona sul, e Maria Filó, no Shopping Higienópolis, região central. Até então essas marcas não tinham unidades na cidade. Hoje, oferecer uma grife carioca no cardápio de lojas está entre as estratégias para atrair o consumidor paulistano. E isso vale tanto para o sofisticado Shopping Cidade Jardim, na zona sul, a um popular Bom Retiro, no centro. No fim de maio, quando o Shopping Cidade Jardim abriu as portas, trouxe grifes exclusivas internacionais - como a francesa Longchamp e a italiana Furla, ambas de bolsas e acessórios - e nacionais. Uma delas do Rio, a LeeLoo, confecção carioca badalada, que nasceu em 1999 em Ipanema, e abriu ali sua primeira loja paulistana. Até mesmo o Bom Retiro, famoso pelas confecções de coreanos radicados na cidade, hoje tem uma loja carioca, a Mercatto que, há nove meses, abriu na principal rua da região, a José Paulino, vendendo atacado e varejo. "Quando ampliamos, há um ano, tentamos trazer o que tinha de diferente no mercado", diz Kátia Ardito, gerente de Marketing do MorumbiShopping. "Temos 480 lojas, muitas delas com roupas muito semelhantes. Então optamos pelas grifes cariocas, que se destacam das paulistanas no preço - são mais baratas - e na modelagem." Das dez grifes que inauguraram nessa época, nem todas deram certo. Uma delas, a Gang, por exemplo, que trouxe a moda funkeira, não emplacou. A grife entrou em contato com a direção do shopping para falar de sua possível saída. Já a Espaço Fashion, até então pouco conhecida dos paulistanos, é uma das que mais vendem. EIXO Na década de 70, o Rio era o pólo da moda nacional. Nas décadas de 80 e 90, o eixo virou para São Paulo. Agora, os cariocas voltam a brilhar na cena paulistana. "No verão todo mundo quer uma roupa mais fresca e sexy", diz a stylist Flávia Pommianosky. E o carioca é bom nisso. "Criamos muito em cima do que vemos na rua. Às vezes, a inspiração vem do sutiã de um biquíni, que uma garota amarra de forma diferente na praia", diz a estilista carioca, Patrízia D?Angello, dona da marca Miquelina, grife de moda praia, vendida em multimarcas na cidade, que pretende abrir loja na capital paulista. "Aqui não tem essa de esconder o corpo, por isso é uma moda sexy. Em São Paulo tudo é mais austero." "O carioca sempre foi bom em fazer modinha", diz Glória Kalil, consultora de moda. "Eles conseguem reunir tudo o que as pessoas mais gostam." Em outras palavras, produzem bem o fast fashion, roupa atualizada, jovem, colorida e barata. "O brasileiro adora cor. Só fashionista gosta de preto. Mas não tem nada a ver com alta moda, nem com criação. "

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