Grupo queima prédio da polícia no Rio Grande do Sul

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Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de 40 de pessoas depredaram e incendiaram o prédio da Brigada Militar em Garruchos, no Rio Grande do Sul. O fogo consumiu móveis, equipamentos como rádios e computadores, e até a motocicleta particular do sargento Luiz Borges. O grupo alegou que estava revoltado com o resultado de um inquérito que não apontou um policial como matador do adolescente Sérgio Diniz Machado e exigia justiça. A ação não encontrou resistência porque só um dos quatro policiais da cidade estava no local e ficou sem condições de enfrentar os invasores. Os outros três haviam saído para patrulhas no interior. O ato furioso, praticado na tarde de ontem, por moradores de São Borja, surpreendeu os moradores da zona urbana de Garruchos, município de 4 mil habitantes localizado no noroeste do Rio Grande do Sul, na fronteira do Brasil com a Argentina, e não foi o primeiro do dia. Durante a manhã, o grupo havia passado por Santo Antônio das Missões, onde apedrejou o prédio do Ministério Público. O ônibus alugado no qual viajava foi interceptado pela polícia quando voltava para São Borja, no início da noite, após percorrer cerca de 150 quilômetros. Os passageiros, inclusive algumas crianças, se identificaram como parentes e amigos de Machado. Trinta e sete deles foram ouvidos na delegacia de Santo Antônio das Missões e 11 ficaram presos para encaminhamento à penitenciária de São Luiz Gonzaga. O delegado de São Borja, Celso Tavares, promete concluir o inquérito em dez dias e antecipou que vai acusar diversas pessoas por formação de quadrilha e incêndio criminoso. A revolta do grupo começou em agosto do ano passado, quando o corpo do adolescente foi encontrado no rio Uruguai. Desde então, com base em informações de dois amigos do rapaz, a família acusa um policial militar de ter asfixiado Machado antes de atirá-lo na água. A Brigada Militar alega que o jovem participava do furto de um barco e se afogou tentando fugir a nado de uma patrulha policial. O inquérito da Polícia Civil descartou o homicídio.

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