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Grupo rouba R$ 1,8 milhão de carro-forte e seqüestra criança

Homens armados simularam que era policiais e entraram na casa da vítima

Por Agencia Estado
Atualização:

Cerca de R$ 1,8 milhão foi roubado em um assalto a um carro-forte da empresa de transporte de valores Protege, na manhã desta sexta-feira, 30, em São José dos Campos, região do Vale do Paraíba. Durante a ação dos criminosos, uma menina de 8 anos, filha de um funcionário da empresa, foi seqüestrada para que a polícia não fosse acionada até que a quadrilha fugisse. O crime foi planejado em detalhes e começou na noite anterior. Um funcionário da Protege, que é líder de um grupo de quatro pessoas que trabalha no transporte de dinheiro, foi rendido quando chegava em casa, na noite de quinta-feira. Quatro homens armados simularam que era policiais federais e entraram na casa da vítima. No local fizeram a mulher e as duas filhas, de 8 e 1 ano reféns e revelaram que se tratava de um assalto à empresa Protege. O funcionário, que não teve o nome divulgado, teve que sair de casa, no carro da quadrilha e mostrar todo trajeto que faria com o carro-forte no dia seguinte. Os bandidos então apontaram um local, o viaduto Bandeirante, onde a vítima deveria parar e entregar o dinheiro. Se não fizesse seria morta, assim como sua família inteira. Como garantia de que ninguém iria revelar o plano à polícia os seqüestradores voltaram para a casa da vítima, onde passaram a noite. Na manhã desta sexta, o funcionário saiu para o trabalho, acompanhado de um dos bandidos até chegar à empresa. No caminho, chegou a contar para os colegas sobre a ameaça, mas não foi levado à sério. "Os outros funcionários acharam que ele estava brincando", informou o delegado Paulo Pereira de Paula. As 7h30, no viaduto Bandeirante os bandidos, a mulher e as duas filhas da vítima esperavam o carro-forte. O funcionário obrigou o motorista a parar o carro e entregou o dinheiro. Para garantir que a polícia não fosse acionada, a quadrilha seqüestrou a filha mais velha, que foi libertada somente três horas depois, na cidade de São Vicente, na Baixada Santista. A polícia não quis revelar detalhes das investigações para não atrapalhar no esclarecimento do caso. Ninguém da empresa Protege quis comentar o assunto. Bilhete Em São Vicente, na Baixada Santista, a menina foi encontrada por policiais militares que faziam ronda na orla cerca das 9 horas da manhã, na Praia do Gonzaguinha. Ela estava sozinha e segurava um cartão telefônico e um bilhete em papel de pão onde estava escrito que havia sido seqüestrada. O papel continha o telefone do pai dela. O delegado Renato Marzagão, titular da Delegacia Anti Seqüestro da Baixada, disse que a menina estava calma e conversou com os pais pelo telefone. Segundo o delegado, ela ficou na delegacia tomando refrigerante e comendo pipoca.

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