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Guarapiranga terá praia artificial

Obra vai custar R$ 30 milhões e usará areia típica e o mesmo sistema adotado no Piscinão de Ramos, no Rio

Por Diego Zanchetta e Sérgio Duran
Atualização:

Entre os parques que serão entregues até o fim do ano, o 9 de Julho, às margens da Represa Guarapiranga, na zona sul, deverá ser o mais popular e receberá até areia típica do litoral. Isso porque será criada uma praia artificial de 1 km linear, onde a população poderá banhar-se num piscinão - mesmo sistema adotado em Ramos, no Rio. As obras foram orçadas em R$ 30 milhões. Instalado em parceria com a Sabesp, o Parque 9 de Julho terá um dique separando a água dos banhistas da represa. O tratamento será para torná-la balneável. Periodicamente, comportas serão abertas para que as águas do piscinão sejam renovadas. "Na verdade, toda a margem da Guarapiranga é usada para lazer e por banhistas, muitos dos quais morrem afogados. O que faremos é levar a população para um lugar seguro e limpo", diz o secretário de Coordenação de Subprefeituras, Andrea Matarazzo. Segundo ele, o perfil dos terrenos transformados em parques é variado, mas em todos houve "senso de oportunidade" da Prefeitura. "Veja o terreno do Banerj na Avenida Paulista. Estava lá, fechado, subutilizado. O parque Chácara do Ferreira, na Avenida Francisco Morato, era um terreno do Jockey também pouco usado", afirma. A desapropriação desse terreno, aliás, poderá ser descontada da dívida que a instituição tem com a Prefeitura - por conta do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU). Já as outras tiveram custos variados. Neste ano, a Prefeitura dispõe de R$ 82 milhões de verba para instalação de parques, segundo informações do Departamento de Parques e Áreas Verdes do Município (Depave). O futuro Parque 7 Campos, por exemplo, era uma área da Emae cedida ao Município. O custo, portanto, será apenas com obras de adequação - cerca de R$ 5,5 milhões. Já a Praça Parque Mario Covas/Vila Fortunata, no antigo terreno do Banerj na Avenida Paulista, teve uma desapropriação de R$ 10,9 milhões - valor baixo para a região, de R$ 2,2 mil o metro quadrado de terreno. "A maioria é área que constava do Plano Diretor, de 2002. Foi o plano que determinou a construção de parques lineares pela cidade. Piscinão é um mal necessário. Melhor é ter a área permeável, como agora", afirma o secretário do Verde e do Meio Ambiente, Eduardo Jorge. MOOCA A Câmara Municipal autorizou na quarta-feira passada a Prefeitura de São Paulo a construir um parque público no antigo terreno da Esso na Mooca, na zona leste, contaminado após vazamentos de gasolina e óleo diesel na área. O local, entre as Ruas Dianópolis, Barão de Monte Santo e Vitoantônio Del Vecchio, está em processo de descontaminação desde 2001, quando a Esso fez uma autodenúncia à Cetesb. O terreno de 28 mil m² foi uma das principais bases de distribuição da companhia entre 1945 e 2000. Nos últimos anos, a empresa fabricante de derivados do petróleo promove trabalhos de remoção das borras infiltradas no solo, o bombeamento de combustíveis, extração de vapores e injeção de ar, além de ter construído uma trincheira drenante para interceptar uma pluma de contaminantes suspeita de ter chegado ao lençol freático. Agora, com o projeto, a Prefeitura poderá desapropriar o terreno ao fim do processo de descontaminação. "A Mooca tem poucas áreas verdes e esse parque trará um grande benefício para a população", afirmou o vereador Dissei (DEM), autor do projeto em conjunto com o vereador Adilson Amadeu (PTB). O diretor de Assuntos Corporativos da Esso, José Augusto Neves, afirmou que a descontaminação do terreno será finalizada neste ano. "Dos mais de 200 pontos de contaminação, restam apenas 5. Os trabalhos estão bem perto de serem concluídos. Todos os prazos do Termo de Ajustamento de Conduta assinados com a Cetesb foram cumpridos até agora."

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