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Guarda é linchado em rebelião no Rio

Por Agencia Estado
Atualização:

Um agente penitenciário foi espancado até a morte, nesta quarta-feira, durante rebelião na Penitenciária Vieira Ferreira Neto, em Niterói, Grande Rio. A vítima foi identificada pelo Departamento do Sistema Penitenciário (Desipe) como Adílson Azevedo Acet Ferreira. Outros quatro agentes ficaram feridos e foram internados no Hospital Azevedo Lima. A penitenciária abriga 387 internos em regime semi-aberto. A rebelião começou por volta das 13 horas desta quarta-feira, uma hora após o fim de uma revista, na qual 50 homens do Desipe apreenderam seis celulares, dez carregadores, 177 trouxinhas de maconha e dois revólveres (calibres 22 e 38). Segundo a assessoria do departamento, a operação foi rotineira e vem acontecendo em diversas unidades prisionais. Em protesto, presos iniciaram a rebelião e passaram a agredir agentes penitenciários que trabalham na Ferreira Neto. Dois foram arrastados para dentro de uma galeria, e três, feridos, conseguiram fugir. Depois de uma hora de negociações, durante a qual os reféns continuaram apanhando, homens do Serviço de Operações Externas do Desipe invadiram a galeria e resgataram os dois colegas, um deles em estado grave. Uma ambulância do Corpo de Bombeiros foi chamada para remover a vítima, mas não chegou a tempo, e Adílson Ferreira morreu de enfarte no Hospital Penal de Niterói. Fuga Também em Niterói, na madrugada desta quarta-feira, um grupo de homens armados libertou 25 presos da 76ª Delegacia Policial. Entre os fugitivos está Anderson de Oliveira Sant´Anna, o Anderson Negão, chefe do tráfico de drogas da Favela Vila Ipiranga, em Niterói. Ele é acusado de envolvimento em compra de armas e pagamento de propinas a PMs do 12º Batalhão (Niterói). Segundo a unidade, 14 dos 18 PMs envolvidos no caso estão presos, e quatro continuam trabalhando. Até o início da noite desta quarta, apenas nove presos haviam sido recapturados. À tarde, o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Josias Quintal, exonerou o delegado titular da 76ª DP, Elir Clarindo, por suspeita de facilitação na fuga. ?Foi como tirar bala de criança?, afirmou Quintal, referindo-se ao fato de que apenas dois dos criminosos conseguiram dominar os quatro agentes que estavam de plantão, enquanto o resto do grupo permanecia fora da delegacia. A Secretaria de Segurança Pública informou que Clarindo vai responder à sindicância administrativa por ?não ter tomado providências para evitar a fuga.? O coordenador da delegacia regional de Niterói, Anestor Magalhães, também suspeita da conivência de agentes. ?A fuga pode ter ser sido facilitada porque o marginal não invade uma delegacia. Ele ainda respeita a instituição.? Superlotada, a 76ª DP abriga 370 presos, além dos 16 que permanecem foragidos.

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