Guerra do tráfico causou chacina que deixou 8 mortos no PR

Segundo a polícia, o crime aconteceu 'para o grupo demonstrar força'; polícias Civil e Militar buscam suspeitos

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Por Julio Cesar Lima
Atualização:

Uma guerra entre traficantes no bairro Uberaba, na periferia de Curitiba (PR), deixou oito mortos e dois feridos na noite de sábado. Um grupo de seis pessoas, em três carros, todas ligadas ao tráfico de drogas, atiraram em moradores da região. Segundo a polícia, o crime aconteceu "para o grupo demonstrar força". Equipes das polícias Civil e Militar do Paraná trabalham nas buscas aos criminosos.

 

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As vítimas não tinham ligações com o tráfico e entre elas estava Mateus Alves da Silva, de apenas 5 meses. O crime pode ter sido uma vingança pela morte, na última semana, de um sobrinho de "Nardão", apontado como responsável pela distribuição de drogas na periferia local e que havia entrado na área de um rival.

 

A polícia paranaense montou uma força-tarefa com oito equipes de policiais para prender os criminosos e deve, segundo o delegado de Homicídios, Hamilton da Paz, elucidar o caso nos próximos dias. "Foi um crime inadmissível, atípico, que não poderíamos prever. Trabalhamos com investigações, inteligência e daremos uma resposta rápida à população", disse Paz.

 

Medo

 

Segundo uma moradora da região, que não quis se identificar, a população do bairro vive sob o medo. "Não podemos falar nada, vamos fazer o quê?", reclama. Embora a polícia negue, esse temor pode ser um dos motivos para o baixo índice de denúncias pelo telefone 181, colocado à disposição para delações de crimes. Desde o início do ano foram registradas 30 mil denúncias - apenas uma relativa ao bairro do Uberaba.

 

Colaboração

 

"A população precisa fazer sua parte, precisa colaborar mais para nos ajudar a combater o crime", disse o comandante em exercício da PM, Coronel Luiz Rodrigo Larson Carstens.

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Os assassinos utilizaram várias armas, entre elas uma Carabina calibre 30 e pistolas calibres 9 mm, 40 mm e 380 mm. Os mortos foram identificados como Everaldo dos Santos Silva, de 25 anos; Moisés Pereira Silva, de 28; Marcos Aurélio Mateus de Lima, de 17; Jancarlo da Silva, de 20; Jéferson Carvalho da Silva, de 25 anos; Nilza Ribeiro dos Santos, de 29, e Valdir Francisco Santos, de 19 anos, além de Mateus Alves da Silva, de cinco meses, que no momento da chacina estava no colo da mãe, morta ao sair de um culto em uma igreja da região.

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