Guerra entre traficantes causa tumulto no Rio

PUBLICIDADE

Por Agencia Estado
Atualização:

Em guerra desde sábado pela disputa do controle do tráfico de drogas, as favelas de Vigário Geral e Parada de Lucas, na zona norte do Rio, viveram mais um dia de tensão nesta segunda-feira. Revoltados porque foram expulsos de suas casas pelos criminosos rivais, moradores de Vigário Geral queimaram dois ônibus, depredaram outros dois e interditaram ruas próximas pela manhã. O comércio no acesso à favela não funcionou. O primeiro coletivo foi incendiado por volta de 8h15. Cerca de 30 homens mandaram os passageiros descer e atearam fogo no veículo, que passava pela rua Corrêa Dias. Quinze minutos depois, outro ônibus foi incendiado na Praça Catolé do Rocha, que leva a Vigário Geral. Às nove horas, o coletivo da Viação Pavunense, que estava parado no ponto final da rua Professor Costa Ribeiro, teve os vidros dianteiros quebrados. No fim da tarde, os manifestantes depredaram mais um ônibus. Cinco pessoas, entre elas dois menores, foram detidas com galões de gasolina. Sofás e latões de lixo também foram incendiados e jogados no meio da rua. O trânsito teve de ser interrompido, mas, no início da tarde, as vias já estavam limpas e o tráfego normalizado. Apesar do tumulto, não houve feridos. O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Hudson Miranda, esteve no local e disse que parte dos manifestantes pertence ao tráfico. O confronto entre Vigário Geral e Parada de Lucas, que são separadas apenas por um valão, dura pelo menos 20 anos. No sábado, a disputa foi acirrada porque traficantes de Parada de Lucas invadiram a comunidade vizinha e, segundo a polícia, obrigaram dezenas de famílias a deixar suas casas. Houve tiroteio e até duas importantes vias expressas, a Linha Vermelha e a Avenida Brasil, que ficam próximas, tiveram de ser fechadas.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.