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Hacker quebrou sigilo de 1 milhão

Ele diz ter encontrado falha no banco de dados do Speedy

Por Elvis Pereira
Atualização:

A polícia abriu inquérito anteontem contra o programador que invadiu o banco de dados do Speedy, da Telefônica, e expôs num site informações cadastrais de parte dos clientes, como número do CPF. Vinicius Camacho Pinto, de 28 anos, corre o risco de ser denunciado pelo Ministério Público à Justiça por violação de sigilo, cuja pena chega a 4 anos de prisão. A Telefônica procurou a polícia após Camacho, que se identifica como o hacker K-Max, revelar, no mês passado, que encontrou uma falha no sistema de segurança do banco de dados. No documento encaminhado à delegacia, em 14 de julho, o advogado da companhia definiu o ato como "ação intencional de um expert imbuído do sentimento de expor os usuários" do serviço de banda larga Speedy. O Departamento de Investigações sobre Crime Organizado (Deic) obteve mandado de busca e apreensão e, anteontem, vasculhou a casa do acusado, em Itapevi, na Grande São Paulo. Foram apreendidos dois notebooks, três CPUs e livros sobre hackers. A polícia examinará os computadores para verificar se alguém foi lesado pela ação de Camacho. "Você entrava com o nome completo ou parcial da pessoa ou com o número do CPF e via os dados dela", explicou o delegado José Mariano de Araújo Filho, do Deic. A pesquisa apontava, ainda, endereços de e-mail e números de telefone. O banco de dados criado por ele continha informações sobre cerca de 1 milhão de assinantes do Speedy. Camacho foi levado ao Deic para depor. Lá, confirmou a denúncia. Contou à polícia que descobriu uma falha na interface da base de dados e criou uma ferramenta para consulta, que funcionou "apenas algumas horas". Sua intenção era "deixar clara a vulnerabilidade do sistema". Questionado por que procurou a imprensa para revelar a falha em vez de alertar a companhia, Camacho alegou que, informando a mídia, a "correção ocorreria num tempo mais curto". Ele foi liberado em seguida. Em 2008, Camacho bloqueou o acesso a alguns sites na Campus Party, evento tecnológico em São Paulo. É acusado de entrar em comunidades e perfis do Orkut, bloquear o acesso dos responsáveis e passar a operá-los.

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