'Harmonia' na equipe econômica é primeira mudança, diz tucano

Serra quer BC, Fazenda e Planejamento atuando de forma conjunta para favorecer produção e geração de emprego

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Por Alfredo Junqueira/RIO
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O candidato do PSDB à Presidência, José Serra (PSDB), disse ontem que a escolha de uma equipe harmônica para cargos no Banco Central e nos Ministérios da Fazenda e de Planejamento é o ponto de partida para a ampla mudança que pretende fazer, caso seja eleito, na política econômica do País. Segundo ele, a escolha dos integrantes dessas três instituições é fundamental para realizar alterações graduais necessárias para estimular a produção interna e a geração de empregos. "O ponto de partida é ter uma equipe harmônica. Banco Central, Planejamento e Fazenda atuarem planejada e integradamente. Conjuntamente. Com isso, você pode fazer mudanças graduais seguras de política econômica que favoreçam mais a produção e a geração de empregos no Brasil. Inclusive, as nossas exportações", disse o candidato tucano, após entrevista na Rádio Tupi, no Rio. Serra criticou a atual política econômica. "Você hoje tem um quadro de juros e taxas de câmbio que não são favoráveis ao crescimento e ao equilíbrio econômico. Funciona a curto prazo, mas a médio e longo prazo não funciona. Mas você não vai corrigir essa situação com mudanças bruscas. Você começa a corrigir essa situação pondo no governo uma equipe integrada, com os mesmos objetivos", explicou .O tucano não quis dizer se achava que atual equipe econômica atuava de forma desarmônica. "É isso o que eu tinha a dizer", cortou o candidato. Câmbio. O Banco Central (BC) deveria ter uma postura mais ativa na formação do preço do dólar, defendeu o economista Geraldo Biasoto Júnior, próximo ao candidato do PSDB. "A principal questão é que hoje não tem política cambial", afirmou. "O Banco Central está totalmente passivo." Ele acredita que é possível conter a desvalorização do dólar com uma mesa de câmbio mais agressiva, que faça intervenções de compra e venda de moeda estrangeira inesperadas pelo mercado. Essa atuação deveria ser diária. Só isso, na sua opinião, já obrigaria os investidores a adotarem uma postura mais cautelosa. Atualmente, disse Biasoto, o BC permite que o mercado forme o preço e se limita a comprar dólares no final do dia para fortalecer as reservas internacionais.Outros mecanismos, como os contratos de compra de dólar no mercado futuro (o chamado swap cambial reverso) também ajudariam a evitar o derretimento do dólar.Outro elemento que vem pressionando o dólar para baixo é a taxa de juros, elevada para os padrões mundiais. Ela incentiva as chamadas operações de carry trade, em que o investidor toma empréstimos no exterior a juro baixo e aplica os recursos no Brasil. / COLABOROU LU AIKO OTTAEU PROMETOPromessa de José Serra (PSDB):Fazer reforma administrativa; enxugar a máquina e priorizar saúde, segurança e educação.

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