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Heather e a luta pela paz em SP

Americana tomou o desarmamento como bandeira

Por Fernanda Aranda e SÃO PAULO
Atualização:

A mochila já foi colocada nas costas da norte-americana Heather Sutton por várias causas voluntárias. Aos 16 anos, ela deixou a casa em Colorado, nos Estados Unidos, para viver sem água encanada na República Dominicana. Lá, o objetivo era construir banheiros para um povo que vivia sem saneamento básico. O trabalho voluntário durou um ano. Aos 19, mais uma viagem. Um furacão havia destruído Honduras e a missão foi reconstruir uma gente devastada. Seis meses se passaram, com tijolo e cimento na rotina diária. Com 23 anos, o Brasil despontou como destino. "Encontrei aqui índices de homicídio que não eram vistos nem em países em guerra", lembra. A periferia de São Paulo era muito complexa para ser local só de passagem. As armas que ficavam na cintura dos meninos do Jardim Ângela, Brasilândia e Diadema, como prova de masculinidade, evidenciavam mais a desigualdade social para quem tinha como endereço a Vila Madalena, área nobre da mesma capital. O desarmamento virou bandeira. A volta para casa teve de esperar. No Instituto Sou da Paz, pioneiro na luta pelo controle de armas, ela encontrou seu objetivo de vida. Hoje, 7 anos depois, comemora alguns frutos. Os meninos da periferia estão vivendo mais. E Heather agora sonha em pegar a mochila e levar o mesmo projeto ao Oriente Médio.

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