Helicóptero não pode fazer buscas

Combustível do Black Hawk H-60 é suficiente apenas para 500 km

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Por Angela Lacerda e Vitor Hugo Brandalise
Atualização:

O mais moderno helicóptero de resgate da Força Aérea Brasileira (FAB), o Black Hawk H-60, não tem autonomia de combustível para chegar ao local do acidente do avião da Air France, a cerca de 700 km de Fernando de Noronha. A informação é do comandante da aeronave, major Marcelo Moura. O helicóptero tem autonomia para seis horas de voo, o que significa voar 500 quilômetros, manter-se no ar por meia hora para a operação em cima da água e retornar os 500 quilômetros ainda com 30 minutos de autonomia, margem de segurança da Aeronáutica. "A gente não tem como chegar lá e voltar em segurança", afirmou o comandante, que espera ordens de comando desde anteontem, quando o helicóptero pousou no arquipélago. Segundo ele, o navio de resgate teria de se aproximar mais de Fernando de Noronha para que o helicóptero pudesse agir. Mesmo assim, o Black Hawk não poderia pousar no navio porque nenhum navio da Marinha está autorizado a receber aeronave do seu porte, cujo peso pode chegar a 10 toneladas. "Se o navio fizer resgate de material, de vítimas ou de sobrevivente, a gente pode fazer a extração utilizando guincho", disse. Ele informou que outro helicóptero de resgate, o Super Puma, que também integra a operação e está no Aeroporto de Natal, tem a mesma autonomia do Black Hawk. De acordo com o major Moura, o helicóptero tem tripulação formada por dois pilotos, dois tripulantes operacionais e três homens de resgate e poderia carregar cerca de 1,5 tonelada em cada viagem de resgate. A primeira missão do Black Hawk em acidentes aéreos foi o resgate dos destroços do Boeing 737-800 da Gol, em setembro de 2006 - 154 pessoas morreram nesse acidente.

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