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Heloísa Helena defende redução de juros e independência do BC

Se for eleita, candidata promete utilizar a estrutura das instituições financeiras do setor público para forçar uma queda do custo do dinheiro

Por Agencia Estado
Atualização:

A candidata do PSOL à Presidência da República, senadora Heloísa Helena (AL), defendeu nesta sexta-feira, 25, a redução dos juros e dos lucros dos bancos, declarou-se a favor de um Banco Central "independente do capital financeiro", e disse que, se eleita, utilizará a estrutura das instituições financeiras do setor público para forçar uma queda do custo do dinheiro. "Não haverá calote, mas as pessoas terão de ganhar menos", declarou, durante sua participação na sabatina que está sendo promovida pelo Grupo Estado. A senadora garantiu que poderá reduzir os juros de acordo com as normas e legislação em vigor no País, sem aumento da inflação, ataque especulativo, decreto presidencial ou calote. Segundo ela, o Copom não pode baixar os juros porque segue as metas de crescimento econômico definidas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) que, em sua avaliação, engessam a economia. "A partir do momento em que o CMN se reúne e estabelece a meta de crescimento, isso dá a dinâmica do BC", afirmou. "Isso (a mudança da meta), por si só, possibilitará que a taxa de juros seja reduzida." Ao defender que o BC seja independente do capital financeiro, Heloísa sinalizou: "quem estará no Banco Central não serão os moleques de recado do capital financeiro; "serão mulheres e homens que não se predisponham a sabotar o desenvolvimento econômico e a inclusão social no Brasil", afirmou. Quanto à redução dos lucros dos bancos, a candidata do PSOL argumentou: "Só aqui no Brasil eles (os bancos) fazem o que querem. Temos instituições de crédito poderosíssimas, como o Banco do Brasil, a Caixa Econômica Federal e o BNDES", disse. "Tenho certeza de que quando os bancos públicos baixarem os juros, ao estabelecerem condições objetivas do crédito para a pessoa física e jurídica, os outros bancos baixarão também." Para ela, o especulador terá de pagar tributos que as pessoas pagam, como ICMS e Imposto de Renda. "Quem já ganhou muito evidentemente não vai poder continuar ganhando tanto. Vai ganhar um pouquinho." Investimentos A candidata afirmou que "quem quiser investir no Brasil terá todos os mecanismos da estabilidade, da legislação, ninguém vai ter surpresa". Para ela, o foco da economia deve ser a produção nacional, "e não a especulação". "Quem estiver aplicando vai ter a certeza de que as instituições bancárias estarão sob as regras vigentes no Brasil. Agora, ele ganhará menos. Para que eu tenha recurso para investir naquilo que é essencial para a maioria, eu preciso que alguém ganhe menos", defendeu a candidata. Heloísa Helena chegou a defender que poderia utilizar o Banco Central para impedir a saída de capitais e, questionada sobre quem investiria no Brasil após adoção de tal medida, rebateu com uma pergunta: "com o potencial gigantesco que o Brasil tem, quem é que não vem pra cá (investir)?". Ela assumiu depois, no entanto, que não discutiu com investidores para ter a certeza "de que eles não fugirão". Adversários Referindo-se a seus adversários Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Geraldo Alckmin (PSDB), Heloísa disse que o País precisa fazer uma opção. "Se o Brasil quer jogar 48% da riqueza produzidas por todos na mão de meia dúzia de especuladores e banqueiros, há duas outras candidaturas para votar", afirmou. "Eu sou o tipo de mulher que quando diz que faz, faz mesmo", sustentou, ao reiterar que seu eventual governo efetivamente estabeleceria a redução dos juros.

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