Hidrelétrica de Furnas em MG volta a ser desligada por cautela

Medida tem como objetivo evitar uma eventual chegada da lama proveniente de Brumadinho afete as turbinas da usina

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Por Denise Luna (Broadcast)
Atualização:
Segundo a Vale, a área administrativa, onde estavam os funcionários, foi atingida, assim como a comunidade da Vila Ferteco. Foto: Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais

RIO - A Hidrelétrica de Retiro Baixo, da estatal Furnas, será novamente desligada nesta segunda-feira, 28, por volta do meio-dia, para evitar que uma eventual chegada da lama proveniente de Brumadinho, onde uma barreira de rejeitos de minério de ferro da Vale se rompeu causando até o momento 60 mortes e deixando quase 300 desaparecidos, afete as turbinas da usina. A hidrelétrica, que fica a 200 quilômetros de Brumadinho, havia sido desligada na sexta-feira, mas tinha sido religada na tarde de sábado.

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De acordo com o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema (ONS), Luiz Barata, a saída de operação da hidrelétrica não prejudica a operação do sistema, apesar dos sucessivos recordes de carga de energia elétrica registrados nas últimas semanas por causa das temperaturas elevadas.

“É apenas uma medida de cautela (o desligamento), para proteger as turbinas, mas a saída dela não traz problemas ao sistema, é pequena”, disse Barata em entrevista exclusiva nesta manhã. “Não há preocupação do ponto de vista da energia elétrica, o que nos entristece são todas as consequências do ocorrido”, lamentou.

A lama estava prevista para chegar à hidrelétrica Retiro Baixo nos próximos dias  e a preocupação é se chegará limpa ou cheia de rejeitos de minério de ferro. Segundo Barata, o risco de uma eventual poluição também no Rio São Francisco, onde o Rio Paraopeba deságua também está sendo afastada no momento.

“A previsão é de que não chegue (no Rio São Francisco), mas estamos na sala de crise monitorando isso, acompanhando o fluxo dos rejeitos”, explicou Barata.

O executivo explicou que apesar da potência da usina ser de 82 megawatts (MW), ela estava gerando apenas 30 MW, o que será compensado facilmente por outra fonte de energia. Barata informou que, desde o acidente na sexta-feira, 25, o ONS vem participando da sala de crise instalada pelo governo para administrar a tragédia de Brumadinho, e que até o momento, do ponto de vista do abastecimento de energia, não há riscos.

“Temos feito reuniões todos os dias, envolvendo ONS, Cemig, Furnas, Ana, Governo de Minas, todos os envolvidos, de forma a assegurar que o setor de energia elétrica fique blindado em relação a esse triste episodio”, informou.

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