Homem atacado por tubarão em Recife passa bem

No entanto, ele ainda corre risco de infecção

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Por Agencia Estado
Atualização:

Atacado por um tubarão no final da tarde de domingo, na praia de Piedade, município metropolitano de Jaboatão dos Guararapes, o caminhoneiro José Ivair Pereira, 35 anos, de Santa Catarina, passa bem, mas ainda corre risco de infecção. "Somente dentro de oito dias poderemos afirmar se haverá ou alguma seqüela", afirmou nesta segunda-feira o chefe da emergência do Hospital Getúlio Vargas, Raimundo Monteiro. Pereira foi submetido a uma cirurgia vascular e se encontra em recuperação. A parte óssea da área lesionada não foi atingida. O tubarão, provavelmente um filhote da espécie tigre, o mordeu no pé e panturrilha esquerdos, quando ele estava no mar, com água abaixo da cintura. Ele foi a quadragésima sétima vítima de ataque de tubarão no litoral metropolitano do Recife desde 1992. Deste total, 17 morreram. De acordo com o professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e membro do Comitê Estadual de Monitoramento aos Incidentes com Tubarões (Cemit), Fábio Hazin, José Ivair Pereira entrou no mar num momento e local propícios a ataques do animal. Eram mais de 17 horas, a maré estava cheia, a lua está quase cheia e o trecho onde ele se banhou é dos mais vulneráveis. Dos 47 ataques registrados no Estado, sete ocorreram ali. A incidência se deve à proximidade da foz do Rio Jaboatão. Suspensão da pesca Há um ano e sete meses não ocorria ataque de tubarão no Estado. Um fator que propiciou o incidente, segundo Hazin, foi a suspensão, há duas semanas, da pesca de tubarões realizada semanalmente pelo barco Sinuelo, devido à não renovação de um contrato com a prefeitura do Recife e governo estadual. O professor, que coordena o Departamento de Pesca da UFRPE, informou que em um ano e nove meses de trabalho do Sinuelo, foram capturados 22 tubarões de espécies agressivas (cabeça chata, tigre e galha preta)- numa distância de 50 metros a um quilômetro e meio da praia. O custo do contrato é de R$ 435 mil por ano. Ele garantiu que o espinhel utilizado foi modificado de modo a se tornar mais eficiente e ecologicamente correto, evitando apanhar, junto com os tubarões, peixes como bagres e tubarões não agressivos - flamengo e lixa.

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