Homem é morto com espeto de churrasco no Rio de Janeiro

Pedreiro confessou o crime. Ele disse que matou porque a vítima tentou manter relações sexuais com ele

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Por Agencia Estado
Atualização:

O corretor de valores Osni Magalhães Lacerda, de 56 anos, foi vítima de um crime bárbaro, dentro de casa, na madrugada de ontem. Morador de uma cobertura triplex no Humaitá, na zona sul do Rio, ele foi encontrado com um espeto de churrasco atravessado do pescoço ao crânio. O pedreiro Júlio Dias da Mota, de 25 anos, foi preso pela polícia e confessou o crime. Ele disse que matou Lacerda porque a vítima tentou manter relações sexuais com ele. Depois de ter trabalhado numa obra do prédio, de classe média, Mota passou a trabalhar num bar no condomínio. Segundo relato de vizinhos, ele bebia com Lacerda no bar quando, por volta de 21h30, aceitou o convite do corretor para subir ao apartamento dele. Segundo o chefe de Polícia Civil do Rio, Ricardo Hallack, Mota contou em depoimento que Lacerda lhe propôs sexo, com o pedreiro no papel passivo. Diante da negativa de Mota, Lacerda teria ateado fogo num cobertor, provocando um incêndio, para ameaçá-lo. O pedreiro então o atingiu na cabeça com um vaso de planta. O corretor desmaiou e ele buscou espetos de churrasco para se assegurar da morte da vítima. Fez cinco tentativas e só teve sucesso na sexta. Os espetos retorcidos foram recolhidos pela polícia técnica. Ao ser apresentado pelos policiais, o pedreiro contou que atravessou a cabeça da vítima com o espeto porque ficou com muita raiva. "Eu sou homem!", retrucou. O corpo de Lacerda foi encontrado por bombeiros chamados para conter o incêndio, que atingiu o quarto e o banheiro do apartamento. Um estudante que aluga um dos quartos da cobertura disse ter visto Mota entrar com a vítima, mas não desconfiou e foi dormir. Acordou com o fogo. Segundo Hallack, o pedreiro tentou esconder a autoria do crime avisando ao síndico sobre o fogo no apartamento, como se não estivesse lá. Ele só confessou depois de confrontado com o relato das testemunhas que o viram com a vítima. Mota disse aos policiais que já tinha visitado o apartamento de Lacerda outras vezes, mas que nada acontecera. A pena pelo homicídio, de pelo menos 12 anos, deverá ser agravada por causa dos requintes de crueldade do crime.

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