Homem que fez reféns em templo é assaltante fugitivo

Márcio dos Santos Amaral, o homem que manteve duas pessoas reféns neste domingo, foi preso aos 18 anos, é condenado a 24, cumpriu 15 e fugiu em maio do semi-aberto do presídio de Pacaembu

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Por Agencia Estado
Atualização:

Márcio dos Santos Amaral, o homem armado que manteve duas pessoas reféns neste domingo, 23, em um templo da Igreja Universal do Reino de Deus, no Brás, é um assaltante que fugiu da prisão há quase um ano. "Ele sobreviveu ao massacre da Detenção, em 1992, e ficou perturbado", disse Márcia dos Santos Amaral Pinto, a mãe dele. Após quatro horas, Jacaré, como é conhecido, entregou a arma e soltou as vítimas. Foi autuado por roubo, tentativa de homicídio e resistência à prisão. Segundo Márcia, o filho foi preso aos 18 anos, é condenado a 24, cumpriu 15 e fugiu em maio do semi-aberto do presídio de Pacaembu. A repórter Cida Santos e o iluminador Jorge Manchini, da TV Record, gravavam testemunhos de fiéis quando foram dominados por Jacaré, de 34 anos. Eles ficaram sob a mira do revólver 22 e só foram soltos após a chegada de casa Márcia. Os dois foram feitos reféns às 11h35, no jardim do templo, na Avenida Celso Garcia, 499. Meia hora antes, Jacaré e outros três homens tinham assaltado a fábrica de roupas de Paulo Henrique Nunes Leitão, na Rua Euclides da Cunha. A Polícia Militar foi avisada. Os ladrões fugiram com mil peças de saias jeans, mas Jacaré não teve tempo de entrar no veículo do bando e invadiu o templo. Pânico Cerca de 4 mil fiéis aguardavam o culto do meio-dia. Setenta crianças foram deixadas pelos pais na escola dominical, ao lado do templo. Amaral entrou atirando. Houve pânico e correria. Muitos se jogaram no chão e o ladrão pegou os reféns. A PM cercou a área com 40 homens. O delegado Osvaldo Nico Gonçalves, supervisor do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (Garra), foi chamado para negociar. A Celso Garcia foi fechada entre as Ruas Bresser e João Boemer. A tensão aumentou às 13h35, quando Jacaré apontou a arma para a cabeça de Manchini e ordenou a saída dos PMs. Com o revólver numa mão e o celular na outra, sentou no chão com os reféns e exigiu a vinda da mãe e de um advogado. Às 14h50, Márcia chegou e conversou com o filho. A pedido dele, ela queimou documentos e papéis. Às 15h15, Jacaré entregou a arma e soltou as vítimas.

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