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Homem que mantinha reféns mata amante e se suicida

Gilberto Gomes de Lima manteve duas mulheres reféns por 30 horas

Por Agencia Estado
Atualização:

Após mais de trinta horas de negociação, terminou em tragédia o caso do marceneiro que fez a amante e a mulher reféns, em seu depósito de madeiras em Cidade Tiradentes, extremo leste de São Paulo. Neste sábado, às 6h15, Gilberto Gomes de Lima, de 42 anos, matou a amante, Andréia Pereira dos Santos, de 30 anos, e depois suicidou-se com um tiro no ouvido. A mulher dele, Gilvanete da Silva Lima, de 37 anos, foi encaminhada ao Hospital Santa Marcelina, no Itaim Paulista, e, segundo a Secretaria Estadual da Saúde, responsável pela unidade, ela relatou ter recebido um soco no olho do marido. Por volta das 9 horas da manhã, Gilvanete deixou o hospital sem passar pela avaliação dos médicos. Até as 13 horas permanecia desaparecida. Durante toda a madrugada, mais de 20 homens do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate), unidade de elite da Polícia Militar, tentaram, em vão, fazer com que Lima se rendesse. "Esgotamos todas as possibilidades de negociação. Só quando ouvimos o primeiro disparo foi que decidimos arrombar a porta", relatou o coronel da PM Joviano Conceição Lima, que comandou as operações. Segundo informações da polícia, o marceneiro teria feito quatro disparos. A família do casal também participou do processo de negociação. Por diversas vezes, falaram com Lima pelo telefone. "Nosso último contato foi às 5 horas. Ele disse que iria se entregar, mas depois não atendeu mais as ligações", disse a irmã do marceneiro, Marlene Gomes Magalhães. Segundo outra irmã de Lima, Nizete Gomes dos Santos, de 37 anos, toda a família sabia que a história terminaria dessa forma. "Apesar de ser muito calmo, meu irmão sempre foi um homem de uma palavra só. Se ele dizia que só sairia dali morto, não poderia ter sido diferente." Há dois meses, segundo relato das irmãs, Andréia procurou o amante para dizer que estava grávida. Após Lima ter sugerido o fim do romance, ela teria começado a ameaçá-lo. "Ela dizia que iria contar tudo para a Gilvanete e pedia dinheiro para fazer um aborto", contou Marlene. De acordo com familiares de Lima, o caso entre ele e Andréia teve início há cinco meses. "Minha cunhada descobriu a gravidez da amante na última quinta-feira. Os três se reuniram para conversar sobre o que seria feito, mas o marido da Andréia apareceu e o Gilberto resolveu se trancar com as duas", relembra Nilzete. O marido de Andréia, Edson Pereira Dutra, no entanto, tem outra versão. Diz que só foi procurar a mulher, pois ela estava desaparecida desde as 19h30 de quinta-feira. "Encontrei ela trancada no depósito de madeiras. Bati na porta e, como ninguém respondeu, resolvi chamar a polícia", diz ele. Os vizinhos da família Lima estavam surpresos com o desfecho da história. Todos afirmavam que o marceneiro era é um homem "bom e respeitado" no bairro. "Ele até me ajudou com dinheiro uma vez. Fazia móveis de graça para todo mundo", contou o diarista Clayton da Silva, de 20 anos. Às 11h45, peritos do Instituto de Criminalística (IC) chegaram ao local para examinar o cenário do crime. As primeiras informações indicavam que Lima e a amante morreram a caminho do hospital. O caso foi registrado no 54º Distrito Policial (Cidade Tiradentes). No início da tarde, o marido de Andréia esteve na delegacia para prestar depoimento. Esta matéria foi atualizada às 15h36 para acréscimo de informações.

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