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Hospital e rodoviária: as portas da ''selva''

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Por Redação
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A cada três minutos um choro de bebê anuncia a chegada de mais um paulistano. Por dia nascem, em média, 528 crianças nas maternidades da capital. Esse número até já foi maior. Em 1982, havia uma média diária de 702 bebês. Da maternidade, todas essas crianças passam às estatísticas do IBGE, juntamente com os milhares de imigrantes que escolhem a capital para viver. Há 48 anos, o obstetra Cláudio Basbaum, da Maternidade São Luis, vem colaborando com esses números. Pelas mãos dele já nasceram mais de 20 mil (num cálculo subestimado). "E é incrível como não para de chegar gente e a cidade se torna cada vez menos humana." Militante do parto normal, esse médico de 70 anos, ainda trata o nascimento como um "momento mágico" e faz questão de dar as boas-vindas para cada recém-chegado. "Sempre digo a eles: o mundo aqui até que é bom. Agora é se preparar para entrar na selva." Entre os que aceitaram o desafio, depois de adultos, estão cinco mineiros que chegaram ontem à tarde. Cansada com a falta de perspectiva na pequena cidade de Pedras de Maria Cruz, de 10 mil moradores, a trabalhadora rural Joaninha de Souza, de 37 anos, veio para a capital paulista. Na bagagem, trouxe as duas filhas, uma de 10 e outra de 12 anos, e os pais: João, de 87 anos, e Florentina, de 82. "Espero nesta cidade conseguir um melhor futuro para mim e principalmente para os meus filhos."

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