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Hospital santista usa novo aparelho de cirurgia cardíaca

Por Agencia Estado
Atualização:

Passa bem o paciente de 75 anos, operado na semana passada no Hospital Ana Costa, em Santos, pela equipe de cirurgia cardíaca que, de forma simultânea com o Instituto do Coração, de São Paulo, teve oportunidade de comprovar, pela primeira vez no Brasil, a eficiência de um pequeno aparelho importado dos Estados Unidos. Trata-se do Starfish, fabricado pela Medtronic, que permite a revascularização do miocárdio, ou seja, que o coração continue batendo, sem o uso da circulação extracorpórea, com o sangue transferido para uma máquina, enquanto é realizado o procedimento cirúrgico. De acordo com os cirurgiões Luís Alberto Oliveira Dallan e Fernando Platania, que implantaram pontes de safena e mamária no paciente, a revascularização do miocárdio, com o coração batendo, já é realizada no País há alguns anos. O desafio, segundo afirmam, era a abordagem das artérias posteriores do coração, ramo inacessível antes do surgimento do dispositivo, que custa em torno de US$ 600, e teve sua importação autorizada pelo Ministério da Saúde há um mês. O equipamento permite a revascularização completa do miocárdio, sem que o coração precise ser parado, possibilitando a realização de três a quatro pontes de safena, sem a necessidade de usar a técnica da extracorpórea. A vantagem é que, ao dispensar a extracorpórea, os riscos de acidentes vasculares cerebrais, de disfunções pulmonares e renais são bem menores, além de diminuir os inconvenientes da hipotermia. "Graças a esse novo equipamento, até então inédito no Brasil, tivemos condições de implantar as pontes para um ramo marginal posterior do coração, eliminando eventuais riscos para um paciente que, dificilmente, poderia passar por uma intervenção cirúrgica deste porte, em razão de problemas isquêmicos cerebrais", afirma o cirurgião Fernando Platania, ressaltando que a circulação extracorpórea, entretanto, é considerada elementar nos casos de cardiopatias congênitas e valvulares. Operado na última sexta-feira, o paciente santista deixou a UTI Cardíaca na segunda-feira e foi para o quarto, com quadro estabilizado. Até agora, os únicos hospitais a usarem o Starfish foram o Incor, em São Paulo, chefiado pelo professor Sérgio Almeida de Oliveira, e o Ana Costa, em Santos.

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