Idéia pode impulsionar sonho da navegabilidade no Tietê

Além de recuperar antiga vocação do rio, programa urbanístico faria com que o paulistano tivesse prazer em percorrer a Marginal - diferentemente de hoje

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Por Agencia Estado
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Mais do que um simples projeto para melhorar o trânsito, o programa de requalificação da Marginal do Tietê é, na avaliação dos engenheiros responsáveis, um programa urbanístico importante. "Ele faria o paulistano ter prazer em percorrer a Marginal, quando hoje todos querem evitá-la", disse um dos engenheiros. Segundo ele, o projeto das novas pistas e pontes casaria com o alargamento já executado na calha do Rio Tietê e com os programas de despoluição em andamento. A via mais bonita serviria até mesmo para impulsionar o velho sonho de recuperar a navegabilidade do Tietê. Como sugestões futuras, o projeto traz até mesmo desenhos com medidas para a recuperação das calçadas e detalhes de como ficaria um novo sistema de iluminação difusa colorida para a via. Num futuro mais distante, poderão até mesmo ser criados parques e marinas ao longo do Rio Tietê, o que demandaria algumas desapropriações, como na área da atual Febem Belém. O desenvolvimento urbano também contemplaria avenidas próximas, como a Santos Dumont. Assim como a Marginal, essas áreas ganhariam o plantio maciço de árvores, como forma de compensação ambiental pela impermeabilização dos canteiros da Marginal. Essa impermeabilização, segundo os engenheiros, não terá nenhuma influência sobre possíveis enchentes na via. Redução de poluentes Segundo os estudos preliminares dos benefícios que a construção da autopista na Marginal do Tietê traria, a fluidez maior do trânsito evitaria o lançamento na atmosfera de 528 toneladas de gases, todos os dias (69,4 toneladas apenas de monóxido de carbono). As 528 toneladas equivalem à capacidade de absorção de 160 mil árvores. A redução dos acidentes com caminhões, que volta e meia entalam sob as pontes, também foi considerada. Sucessivas camadas de asfalto, colocadas ao longo dos anos nas vias, aumentaram sua altura em vários centímetros. As vias terão essas irregularidades corrigidas. Atualmente, a Marginal passa pela segunda etapa das obras de recapeamento, sob responsabilidade da Desenvolvimento Rodoviário S.A. (Dersa), a um custo de R$ 73,7 milhões. As obras devem ir até maio, e até lá haverá interdições em vários trechos. Os 15,2 km já recapeados a um custo de R$ 28,9 milhões, entre maio e setembro, já estão com alguns buracos. Compensação ambiental Com a construção de uma nova pista nos canteiros, a Marginal ficará com menos áreas verdes do que tem hoje. Para compensar isso, o projeto prevê mecanismos de compensação ambiental, com o plantio de muitas árvores nos espaços remanescentes e também no entorno. Como qualquer concessionária de estrada, a empresa que assumir a via fará pontos de atendimento médico e de apoio ao motorista, com resgate por helicóptero e terá de cumprir metas de redução de acidentes. Os pontos de ônibus ficarão em ilhas ao longo da via.

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